Basta uma conferida rápida nos perfis das redes sociais da atual secretária de Assuntos Jurídicos e “ex-presidenta” da APP-Sindicato, Marlei Fernandes, para ver a relação próxima dela com o pré-candidato do PT ao governo do Paraná, Roberto Requião. Hermes Leão, que também dirigiu a entidade até bem pouco tempo, é ainda mais incisivo na sustentação da pré-candidatura requianista. Entre uma foto e outra com Requião, os dois chamam professores para atos contra o atual governador Ratinho Júnior (PSD). Ambos utilizam o discurso sindical para também ajudar a convencer sobre suas opiniões políticas.
No último dia 28 de abril, por exemplo, Leão publicou um vídeo convocando os professores para fecharem as escolas. “Denunciar as dificuldades, a ausência de valorização que o governo Ratinho Júnior não vem realizando nas nossas escolas.”, argumenta o sindicalista, que é filiado ao PT. Dias depois, ele mesmo postou uma foto com Requião, dizendo que “é bom trabalhar com quem tem trajetória e compromisso em defesa da Educação Pública”.
Vários professores já entraram em contato com a coluna questionando a postura dos dois ex-presidentes. Eles têm o direito de expressar suas preferências políticas, mas levantam a polêmica se a entidade está sendo usada para fazer campanha a um dos concorrentes ou não. Recentemente, mostramos que a sede da APP-Sindicato em Curitiba foi usada para fazer uma campanha de organização da filiação de Requião no PT.
O questionamento de vários sindicalizados é se é ético usar a estrutura sindical, paga com contribuições de todos os professores do Paraná, para uma única candidatura. A resposta pode ter vindo recentemente, quando um movimento de desfiliação de educadores surgiu nas redes sociais.