Quando chegou ao Colégio Estadual Padre João Wislinski, em Curitiba, em 1998, Luci Mara Pereira era professora de Língua Portuguesa. No cotidiano escolar percebeu que muitos estudantes iam para a escola após o trabalho, geralmente como autônomos ou diaristas, e que chegavam cansados a um ambiente pouco acolhedor, o que trazia prejuízo para a aprendizagem.
Anos mais tarde, quando se tornou diretora da escola no bairro Santa Cândida, Luci resolveu torná-la um ambiente mais receptivo para esses alunos: promoveu a revitalização do colégio, trocando vidros, pintando as paredes pichadas, arborizando alguns espaços e mantendo todos os ambientes limpos.
“Fizemos tudo mobilizando a comunidade escolar. Os pais e os alunos ajudaram a pintar, a fazer a horta. É muito importante que eles sintam que fazem parte do processo porque, depois, ajudam a cuidar e manter os resultados”, conta Luci. Para ela, estudar em uma escola bem cuidada é um incentivo para o estudante. “É a pedagogia do aconchego, como eu chamo, do acolhimento. Tudo o que fizemos deu um retorno muito grande”, afirma.
A diretora atribui a essas melhorias o salto que o colégio teve no último Ideb (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica). Em 2017, a pontuação da escola no Ensino Médio era 3.1 e, em 2019, subiu para 4.7. Foi o segundo maior aumento entre as escolas em áreas de vulnerabilidade no Núcleo Regional de Educação de Curitiba.
A conquista foi reconhecida pela Secretaria de Estado da Educação e do Esporte, por meio da entrega do certificado ouro ao colégio, no mês de agosto. “Ficamos muito felizes com o reconhecimento, pois vimos que as mudanças na estrutura e as ações sociais refletiram no desempenho pedagógico, que era o que a gente queria”, comenta Luci.