Parlamentares da Câmara ameaçam lançar “pacote de maldades” para emparedar o governo de Jair Bolsonaro, após atrito entre o Planalto e o Congresso. Líderes partidários não estariam convencidos com o discurso de “pacificação” do presidente, e pretendem dar mais um recado firme ao governo, caso voltem a ser atacados.
O objetivo dos parlamentares é diminuir o poder de Bolsonaro para editar medidas provisórias, além de impor ao governo limites mais rígidos sobre o bloqueio de verbas orçamentárias, além de defender de forma mais enfática o presidente da Câmara, Rodrigo Maia. Deputados afirmam que Bolsonaro jogou a opinião pública contra o Congresso ao criar uma disputa entre a “velha política” e a “nova política” e não acreditam na retórica da “página virada”.
Uma das PECs que os deputados querem ressuscitar é de 2011, de José Sarney que fixa novos prazos de apreciação pelo Congresso das medidas provisórias, que hoje têm 120 dias para serem aprovadas nas duas Casas Legislativas. As MPS são instrumentos com força de lei. Em tese, devem ser adotadas pelo presidente apenas em casos de relevância e urgência, mas, na prática, viraram rotina na administração.
“O momento é de ter serenidade e boa fé. Antes de mais nada, vamos aguardar o bom senso do presidente, que tem a delegação do povo para conduzir o País”, afirmou o deputado Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), líder da Maioria na Câmara. “O governo nos procurou, escutou as nossas preces, passou a dialogar e assumiu os erros em relação à reforma da Previdência. Tinham de nos dar a faca para cortar esse abacaxi e deram. Agora, não acreditamos que Maia permitirá qualquer retaliação”, disse o deputado Delegado Waldir (GO), líder da bancada do PSL, partido de Bolsonaro.
As informações são do Estadão.