A Assembleia Legislativa do Paraná (ALEP) está no centro de uma briga política após os deputados estaduais Ricardo Arruda e Tito Barrichello, assistidos pelo advogado Jeffrey Chiquini, solicitarem a abertura de um processo administrativo disciplinar. O alvo é o Deputado Renato Freitas, acusado de quebra de decoro parlamentar devido a declarações preconceituosas.
O pedido, formalizado no Conselho de Ética e Decoro Parlamentar, se baseia em falas de Freitas realizadas em dois momentos distintos. A primeira ocorreu durante o “I Encontro de Enfrentamento à Violência Policial do Paraná”, e a segunda, no programa televisivo “Rivaroli na Band”. As acusações centram-se em comentários feitos contra Cristiano Zanin, recentemente nomeado Ministro da Suprema Corte.
Freitas é acusado de ter infringido o artigo 2o-A da Lei 7.7716/1989, que tipifica o crime de injúria racial. Segundo a petição apresentada, o deputado teria caracterizado Zanin como um “homem, branco, rico, privilegiado”, criticando-o por sua decisão de “militarizar a Guarda Municipal” e equipará-la às forças da Polícia Militar, com autorização para realizar rondas ostensivas.
O Conselho de Ética da ALEP, diante dos argumentos apresentados, decidiu hoje, 30 de novembro de 2023, pela instauração do processo administrativo contra Freitas. Este caso reacende o debate sobre a conduta e o discurso dos políticos no Paraná, refletindo tensões maiores sobre questões de raça, privilégio e segurança pública no estado.