A chegada do verão traz a preocupação com o aumento da circulação do mosquito Aedes aegypti, transmissor de doenças como a dengue, zika e chikungunya. Temperaturas mais quentes e chuvosas criam ambiente apropriado para proliferação do vetor, e por isso, os cuidados têm que ser redobrados.
A coordenadora do Programa Municipal de Controle do Aedes da Secretaria Municipal da Saúde (SMS), Tatiana Faraco, lembra que o controle do mosquito só é possível em uma ação conjunta com a população. “O mosquito se desenvolve muito rápido e para evitar a propagação é preciso que os moradores façam vistoria semanal de seus ambientes, principalmente após as chuvas”, orienta Tatiana.
De acordo com dados do boletim epidemiológico da Sesa, no período epidemiológico de 28 de julho de 2019 a 11 de julho de 2020 foram registrados em Curitiba 257 casos importados de dengue – quando a doença é contraída em outra cidade durante uma viagem.
As medidas de prevenção são para evitar que Curitiba volte a ter a circulação da doença e os chamados casos autóctones – quando a pessoa contrai a doença na cidade em que mora.
Sem mosquito
O último Levantamento Rápido de Índice para Aedes aegypti (LIRAa) deste ano, realizando em novembro, mostra que Curitiba segue com 0% de infestação pelo mosquito. O mapeamento, que faz parte das ações do programa Curitiba Sem Mosquito, vistoriou 23.773 imóveis em toda a cidade.
O LIRAa é uma ferramenta do Ministério da Saúde que apresenta a distribuição da infestação por tipo de criadouro nas diferentes regiões da cidade. O resultado fornece um mapa que ajuda a Prefeitura a direcionar as ações contra o mosquito. O objetivo é que esse indicador fique abaixo de 1%.
“Embora o índice de infestação atual seja de 0%, é importante que a população não descuide e evite acumular água. Cuidados extras devem ser tomados nos feriados.”, diz a coordenadora.
Antes de viajar
Antes de viajar para o feriado, todos os recipientes que possam armazenar água, devem ser esvaziados e guardados em espaços fechados. Pratos de flores devem estar com areia e furados, ralos devem ficar tampados.
“Recipientes que possam acumular água não devem ficar à céu aberto. Até mesmo objetos pequenos, como tampa de garrafa, podem se tornar criadouros”, explica Tatiana
Na volta da viagem
Ao voltar de viagem, a orientação é fazer uma nova vistoria na casa e quintal e eliminar qualquer quantidade de água parada que possa ter acumulado. E aqueles que viajaram para regiões de grande ocorrência da dengue devem ficar atentos aos sintomas. Em caso de febre alta, erupções na pele, dores musculares e articulares procure atendimento médico.
“É muito importante que os casos de dengue sejam identificados e notificados para que possamos fazer a varredura e bloqueio, assim também evitamos que casos autóctones aconteçam”, alerta a coordenadora.
Em quatro anos de atuação, o mutirão Curitiba Sem Mosquito recolheu mais de três mil toneladas de lixo e entulho nas dez regionais da cidade. O cuidado tem que ser contínuo.
Dez passos para afastar o Aedes aegypti
1 – Mantenha bem tampados: caixas, tonéis e barris de água.
2 – Coloque o lixo em sacos plásticos e mantenha a lixeira sempre bem fechada.
3 – Não jogue lixo em terrenos baldios.
4 – Se guardar garrafas de vidro ou plástico, mantenha sempre a boca para baixo.
5 – Não deixe a água da chuva acumular sobre a laje.
6 – Encha os pratinhos ou vasos de planta com areia até a borda.
7 – Se guardar pneus velhos, retire toda a água e mantenha-os em locais cobertos, protegidos da chuva.
8 – Limpe as calhas com frequência, evitando que galhos e folhas possam impedir a passagem da água.
9 – Lave com frequência, com água e sabão, os recipientes usados para guardar água, pelo menos uma vez por semana.
10 – Os vasos de plantas aquáticas devem ser lavados com água e sabão, toda semana. É importante trocar a água desses vasos com frequência.