Delúbio saiu da PF, onde estava desde o dia 24 de maio, no banco traseiro de um carro da corporação. O ex-tesoureiro estava de óculos e vestia camisa branca e paletó.
O petista cumpre pena de 6 anos de prisão por lavagem de dinheiro na Lava Jato. O processo é um desdobramento do polêmico empréstimo de R$ 12 milhões tomado pelo pecuarista José Carlos Bumlai junto ao Banco Schahin, em outubro de 2004. O dinheiro era destinado ao PT, segundo a força-tarefa da Lava Jato.
Delúbio já havia sido condenado no escândalo no mensalão. O ex-tesoureiro pegou 6 anos e 8 meses de prisão no regime semiaberto por corrupção ativa e foi preso em novembro de 2013. Menos de um ano depois, em setembro de 2014, passou para o regime aberto.
A defesa de Delúbio havia requerido ao juiz que o ex-tesoureiro cumprisse pena em Brasília, perto da família. A filha do petista mora em Goiás. O juiz Danilo Pereira Júnior, entretanto, não autorizou a transferência. O magistrado afirmou que Delúbio é réu em outra ação penal "a qual está em fase de instrução".
"Constata-se, então, a existência de interesse da administração judiciária, para fins de instrução criminal, na inclusão do executado no sistema prisional em Curitiba/PR", afirmou o magistrado.
"Denota-se de rigor transferência do executado para o sistema prisional em Curitiba/PR, Complexo Médico Penal, em ala reservada aos presos da Operação Lava Jato", concluiu o juiz.
Defesa
O advogado Pedro Paulo de Medeiros, que defende Delúbio, se manifestou por meio de nota sobre a transferência do ex-tesoureiro para Curitiba. "A defesa de Delúbio Soares registra seu inconformismo, agora não apenas com a injusta condenação por lavagem de dinheiro que nunca praticou, baseada somente em delações nunca comprovadas, mas também com a inconstitucional, ilegal e desumana determinação de que cumpra pena longe de sua família, que mora em Goiás e Brasília, em regime fechado na cidade de Curitiba, quando o previsto em lei seria o semiaberto", escreveu.
"O cidadão, qualquer seja ele, não pode ser troféu do Estado. Merece ser tratado com dignidade, e é confiante nisso que recorrerá às instâncias superiores do Poder Judiciário para ver restabelecidos seus direitos fundamentais como ser humano, de ser inocentado, ou ao menos, cumprir pena de forma digna e justa".