Em um desfecho que tem capturado a atenção pública e gerado debates acalorados sobre questões de consentimento e violência sexual, o Tribunal de Barcelona, na Espanha, emitiu uma sentença condenatória contra o renomado jogador de futebol Daniel Alves. O atleta brasileiro foi sentenciado a quatro anos e seis meses de reclusão, após ser considerado culpado pelo estupro de uma jovem de 23 anos, ocorrido em uma casa noturna de Barcelona, em dezembro de 2022. Esse episódio sombrio se desenrolou logo após a participação de Alves na Copa do Mundo do Catar, representando a seleção brasileira.
A juíza Isabel Delgado Pérez, que proferiu a sentença nesta quinta-feira, também impôs ao jogador um período adicional de cinco anos de liberdade vigiada, durante o qual ele está proibido de estabelecer qualquer forma de comunicação ou aproximação com a vítima. Segundo a magistrada e sua equipe, ficou comprovado que Alves agiu com violência e sem o consentimento da vítima, contrariando as leis que regem a integridade sexual e pessoal.
Durante o julgamento, que se estendeu por três dias e foi concluído no início de fevereiro, os magistrados avaliaram minuciosamente os depoimentos e as provas apresentadas. A coerência e a persistência da versão da vítima ao longo do processo foram determinantes para a decisão do tribunal, que também destacou a existência de evidências que corroboram a narrativa de agressão sexual.
Daniel Alves, que desde o início se declara inocente, enfrenta a prisão preventiva há mais de um ano e permanecerá detido enquanto seu recurso é analisado pelo Tribunal de Apelação. Em uma tentativa de amenizar a sua situação, a defesa do jogador introduziu a alegação de embriaguez na noite do incidente; contudo, tal argumento foi rejeitado pelo tribunal, que não identificou qualquer impacto significativo do álcool que pudesse atenuar sua responsabilidade penal.
O Ministério Público espanhol inicialmente solicitou uma pena de nove anos de prisão para Alves, mas a sentença final ficou abaixo do pedido, embora a defesa tenha tentado reduzir a pena por meio de uma indenização prévia à vítima, no valor de 150 mil euros. Adicionalmente, foi determinado que Alves arque com os custos processuais.
O caso tem sido marcado por reviravoltas, incluindo mudanças na versão dos fatos apresentada por Alves, alterações em sua equipe de defesa e a recusa de três pedidos de liberdade provisória, fundamentada no risco de fuga. Recentemente, surgiram alegações de que o jogador teria planejado uma fuga para o Brasil, o que exacerbou as preocupações sobre seu estado emocional, levando as autoridades prisionais a implementar um protocolo antissuicídio.
Este caso não apenas ressalta a gravidade das acusações de agressão sexual, mas também sublinha a importância da justiça e da responsabilização, independentemente do status ou da fama do acusado.