O famoso advogado Claudio Dalledone Júnior foi condenado a 11 anos, um mês e 22 dias de prisão, além do uso de tornozeleira eletrônica, em um caso que investiga desvios de indenizações pagas a pescadores em Paranaguá, litoral do Paraná. A sentença foi proferida pelo juiz Leonardo Marcelo Mounic Lago, da 1ª Vara Criminal de Paranaguá, envolvendo um esquema de corrupção que desviou compensações financeiras da Petrobrás para pescadores afetados por desastres ambientais entre 2001 e 2004.
Dalledone reagiu prontamente à decisão judicial, publicando um vídeo nas redes sociais onde expressou sua indignação e defendeu sua inocência. “É absurda essa sentença condenatória em meu desfavor, que ainda me obriga a usar uma tornozeleira. Vou entrar com um habeas corpus, ou não, também não tenho receio de enfrentar aquilo que a Justiça determinar, mas sou inocente. Não sou ladrão, nunca peguei dinheiro de ninguém, não preciso pegar dinheiro de pescador. Essa sentença não tem pé nem cabeça e será reconsiderada pelas instâncias superiores”, afirmou ele.
No vídeo, Dalledone enfatizou que está sendo injustamente criminalizado por exercer sua profissão. Ele acusou Cristiane Uliana de ser a verdadeira responsável pelo desvio das indenizações. “Estou sendo criminalizado por ter exercido a minha função de advogado. Cristiane Uliana pegou dinheiro dos pescadores, isso está no meu depoimento. Ela me procurou enquanto suspeita para ter auxílio advocatício e eu funcionei para ela como advogado, recebendo honorários. Não tenho receio de enfrentar essa acusação dessa ladra imoral. Não há nenhuma prova além da mentirosa versão dela”, declarou Dalledone.
O Ministério Público do Paraná acusa Dalledone de ter conhecimento do esquema de corrupção, justificando sua inclusão no processo. A investigação aponta que uma quadrilha desviou as indenizações de 181 pescadores em Paranaguá, com os valores sendo pagos pela Petrobrás após os desastres ambientais.
Em sua defesa, Dalledone se disse surpreso com a decisão judicial e afirmou que apenas representava como advogado os envolvidos no caso. “Atuei defendendo um escrivão e um advogado, 10 anos depois dos fatos investigados, envolvendo os pescadores que foram vítimas de um esquema criminoso”, esclareceu a defesa de Dalledone.
Apesar da condenação ao regime fechado, Dalledone poderá recorrer da decisão em liberdade, desde que utilize a tornozeleira eletrônica. A sentença traz à tona questões cruciais sobre a ética na advocacia e o combate à corrupção, destacando a complexidade dos processos judiciais envolvendo figuras influentes e esquemas criminosos sofisticados.
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