O curta documental Deus me Livre foi premiado no 34º CinéLatino, festival de cinema latino-americano promovido anualmente em Toulouse, na França. O filme recebeu o prêmio Signis de curta-metragem do festival, realizado no início de abril.
Dirigido por Carlos Henrique de Oliveira, jornalista e documentarista paranaense que vive em Curitiba, e pelo espanhol Luis Ansorena Hervés, o curta foi feito majoritariamente por uma equipe curitibana e finalizado por meio de edital da Fundação Cultural de Curitiba, com recursos da Lei Aldir Blanc.
O filme acompanha dois sepultadores do cemitério de Vila Formosa, em São Paulo, durante um dos picos da pandemia de covid-19, em junho de 2020. Adenilson e Zeca, tendo que enterrar centenas de vítimas do coronavírus por dia, se apegam às suas respectivas crenças religiosas: Adenilson na Igreja Adventista e Zeca na Umbanda. Assim, com visões bastante divergentes, os sepultadores refletem sobre os significados da morte, enquanto, apesar de tudo, não parecem perder o humor.
O prêmio recebido, o Prix Signis du Court-Métrage, é oferecido pela associação católica de comunicação Signis, que desde 1947 premia filmes que promovam o respeito, a espiritualidade e a dignidade humana em alguns dos principais festivais de cinema do mundo, tais como o Festival de Veneza e o Festival de Berlim.
Na cerimônia de premiação, o júri do festival ressaltou que os curtas-metragens têm a dificuldade de terem de transmitir uma mensagem profunda e impactante em um espaço de tempo reduzido. Além disso, apontaram que todos os curtas em competição falavam de assuntos bastante diferentes, mas que a mensagem que consideravam mais importante era aquela relacionada com a pandemia: a de Deus me Livre.
“Sua mensagem para todos nós é que Deus está conosco, essencialmente somos todos iguais e nosso tempo aqui na terra é limitado, então não há tempo a perder e devemos buscar fazer o bem sem olhar a quem”, destacou o júri.
O diretor Carlos Henrique se diz honrado e grato pela escolha do filme. “E quero expandir esse agradecimento ao Zeca e ao Adenilson, os dois personagens do documentário que protagonizam a sua reflexão”.