Duas hortas comunitárias estão produzindo alimentos para os moradores da vila Ulisses Guimarães, no Pinheirinho. Em um espaço antes habitado irregularmente nas margens do Córrego Piratini, a própria comunidade se organizou para limpar o terreno e iniciar o plantio. A iniciativa está sendo coordenada por técnica ambiental da Companhia de Habitação Popular de Curitiba (Cohab).
Há três anos, as famílias que habitavam a beira do córrego foram transferidas pela Cohab para novas casas construídas no mesmo bairro. A área desocupada passou a ser mal utilizada com descarte irregular de resíduos, como restos de construções e lixo doméstico.
“O terreno estava horrível. Juntava rato, sujeira. Um perigo principalmente para nossas crianças”, conta a moradora Rosilda Rodrigues.
Quem vê o local hoje não imagina a situação em que se encontrava anteriormente. Pés de alface, couve, milho, tomate cereja, almeirão, cebolinha, mandioca, quiabo, chuchu, abóbora, mamão, abacate e árvores de laranja e limão ocupam o lugar que antes ficavam os entulhos.
“Para resolver o problema os moradores se organizaram para limpar a área, comprar terra e montar os canteiros”, afirma Valdir Batista, morador local há 40 anos.
A técnica ambiental da Cohab, Iracema Bernardes, passou a orientar os moradores para qualificar o trabalho. “Instrui os moradores principalmente na questão da compostagem, que se for feita de maneira incorreta não produz um bom composto orgânico para adubar a terra e acaba atraindo insetos”, explica.
Tudo que é colhido é distribuído entre a comunidade. “Felizmente temos colhido bastante coisa. Só de chuchu foram 15 caixas. Nada é vendido, nós dividimos entre os moradores e todo mundo sai ganhando. A vila se livrou dos entulhos e a população economiza no mercado”, destaca Valdir.
Exemplo
Quando viu a horta na margem do córrego, a moradora Gilse da Silva, 50 anos, sentiu vontade de fazer o mesmo em outro terreno desocupado nas proximidades. “Achei a iniciativa ótima e segui o exemplo. Limpei o terreno com ajuda dos vizinhos e comecei a plantar”, diz ela.
Rabanete, couve, beterraba, cebolinha, repolho e rúcula já estão bem visíveis para quem passa pelo local. Os pés de limão e maracujá ainda estão crescendo. “Ações como estas são muito importantes, pois evitam a reocupação destes espaços com habitações irregulares e possibilitam a produção de alimentos, contribuindo para o aumento da biodiversidade nos espaços urbanos”, destaca a técnica ambiental Iracema Bernardes.