Curitiba teve 196 mortes em acidentes de trânsito no ano de 2016, um aumento de 5,9% na comparação com 2015, quando aconteceram 185 mortes em acidentes de trânsito. Apesar do leve aumento, de 2011 a 2016 houve uma redução de 38,8% do número de mortes no trânsito de Curitiba.
Os números foram apresentados nesta quarta-feira (14/6) durante a primeira reunião do ano do projeto Vida no Trânsito, do qual Curitiba faz parte desde 2011. O projeto tem como meta reduzir em 50% o número de mortes em acidentes de trânsito até o ano 2020.
O secretário municipal da Defesa Social e Trânsito, Algacir Mikalovski, fez a abertura da reunião e destacou a redução das mortes durante estes cinco anos do Vida no Trânsito em Curitiba.
“Curitiba tem a maior frota per capita de veículos do Brasil, mas não podemos apenas focar na fiscalização. Ainda precisamos investir mais em educação, pensar nas novas gerações que vão vir a ser motoristas”, explicou Mikalovski.
De acordo com o secretário, quando as leis de trânsito são respeitadas os índices de acidentes diminuem. “Vamos analisar os números apresentados aqui na reunião e aperfeiçoar as políticas públicas de trânsito que estão em andamento na cidade”, definiu.
Números
O balanço do ano passado do Vida no Trânsito mostra que houve redução no número de mortes por atropelamento, de 72 em 2015 para 62 casos no ano de 2016. As mortes de ciclistas tiveram uma leve queda, de 19, em 2015, para 16, em 2016.
Os casos que registram aumentos foram acidentes com motociclistas, de 56, em 2015, para 69, no ano passado. Para o coordenador do Vida no Trânsito na Setran, Gustavo Garrett, os números de mortes com motociclistas acendem um alerta e indicam o caminho a ser trabalhado neste ano.
“Os motociclistas são 15% da frota circular de Curitiba, mas constituem praticamente 50% dos acidentes de trânsito na cidade. É um número extremamente elevado, eles são extremamente frágeis no trânsito e isto está comprovado em números”, afirmou Garret.
Durante a reunião também foram apresentados o planejamento de trabalho do Vida no Trânsito para 2017. O foco será nos quatro pontos críticos de acidentes com mortes verificados pelos números do relatório: mistura de álcool e direção; velocidade excessiva nas vias; motociclistas; e pedestres. “Estas serão nossas prioridades de ações entre 2017 até 2020. Queremos ter um trânsito dinâmico, eficaz, mas, sobretudo, seguro em Curitiba”, definiu Garrett.
A coordenadora do Vida no Trânsito na Secretaria Municipal da Saúde, Ana Rosa Rissatto Ruzyk, detalhou todos os acidentes com mortes registrados em Curitiba no ano passado. Os dias da semana em que mais acontecem e os horários mais comuns.
O relatório mostra que a grande concentração de mortes em acidentes de trânsito acontece nos sábados de madrugada, entre meia-noite e 6h, sábado à noite, das 18h à meia-noite, e domingo de madrugada, de meia-noite às 6h.
Todos os acidentes com mortes ou com óbitos até 30 dias após o acidente são analisados pela comissão de Coleta de Dados, Análise e Gestão da Informação do projeto Vida no Trânsito. Também integram o projeto as comissões de Engenharia, Educação e Fiscalização.
Vida no Trânsito
O Projeto Vida no Trânsito é mundial, coordenado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e desenvolvido em parceira com a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) e a Bloomberg Philanthropies, fundação internacional de promoção de atividades na área social. No Brasil o projeto é coordenado pelo Ministério da Saúde e prevê redução de 50% no número de mortes no trânsito até o ano de 2020.
Em Curitiba participam do Vida no Trânsito as secretarias municipais da Saúde, Meio Ambiente, Setran, Guarda Municipal, Batalhão de Polícia de Trânsito (BPTran), Batalhão de Polícia Rodoviária Estadual (BPRv), Instituto de Criminalística, Polícia Rodoviária Federal (PRF), Sistema de Atendimento ao Trauma em Emergência (Siate), Universidade Federal do Paraná (UFPR), Departamento de Trânsito do Paraná (Detran-PR), Urbs, Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) e concessionárias de pedágio.