De janeiro a abril de 2025, a Guarda Municipal (GM) de Curitiba registrou 153 acidentes de trânsito com vítimas ou danos materiais relevantes na Linha Verde. O número representa um aumento de 21% em relação ao mesmo período de 2024, quando foram lavrados 126 Boletins de Acidente de Trânsito (BAT), e 23% a mais do que os 117 casos do primeiro quadrimestre de 2023. A responsabilidade pelo trecho urbano da via, com 22 quilômetros de extensão, está a cargo da GM desde 2023, graças a um convênio inédito firmado entre o Município e a União, que transferiu a atribuição da Polícia Rodoviária Federal (PRF).
O alerta sobre os números foi feito na Câmara Municipal de Curitiba, na quarta-feira (21), pelo supervisor Edison Bretas Júnior, do Grupo de Fiscalização de Trânsito (GTRAN) da GM. Ele participou da Tribuna Livre a convite da vereadora Delegada Tathiana Guzella (União), espaço destinado à apresentação de temas de interesse público.
Durante sua apresentação, Bretas destacou que Curitiba possui atualmente uma frota registrada de 1,6 milhão de veículos, número próximo à estimativa da população, de 1,8 milhão de habitantes. Mais da metade são automóveis (1,013 milhão), seguidos por motocicletas (209 mil), caminhonetes (122 mil), camionetas (99 mil) e caminhões (40 mil). No entanto, esse número sobe consideravelmente durante o horário comercial, chegando a cerca de 5 milhões de veículos circulando na cidade, considerando os que vêm de outras regiões.
Segundo Bretas, o aumento da frota e o grande fluxo de veículos agravam a segurança viária. “É evidente que isso contribui para um trânsito mais conturbado e, consequentemente, para mais sinistros”, afirmou.
O supervisor também chamou atenção para o número de motoristas com situação irregular: 149 mil condutores estão com a Carteira Nacional de Habilitação (CNH) vencida há mais de 30 dias, suspensa ou cassada, o que representa 13% dos 1.102.836 condutores habilitados na capital. Somente na Linha Verde, a GM identificou 39 motoristas sem habilitação envolvidos em acidentes.
A maioria dos acidentes em Curitiba ocorre durante o dia, com clima estável e pista seca. Segundo Bretas, esse dado revela que a principal causa das ocorrências é a desatenção dos condutores. No mês de março de 2025, por exemplo, foram registrados 2.682 sinistros, dos quais 263 resultaram em vítimas.
As colisões traseiras e laterais são os tipos mais frequentes, muitas vezes envolvendo veículos no mesmo sentido da via. As avenidas Comendador Franco (Avenida das Torres) e Juscelino Kubitschek de Oliveira, no CIC, lideram em número de acidentes na cidade.
Desde que assumiu a responsabilidade pela Linha Verde, a GM atendeu a 985 sinistros com vítimas. Apesar de 58% dos acidentes não resultarem em feridos, o número de vítimas fatais preocupa: foram 28 mortes desde 2023, sendo 10 pedestres, 9 motociclistas, 3 motoristas, 3 passageiros e 2 ciclistas. Além disso, ocorreram 79 atropelamentos, sendo 67 na pista principal, 10 na faixa exclusiva de ônibus e 2 nas marginais. Houve ainda registros de ciclistas em locais inadequados: 14 na faixa do transporte coletivo, 12 na pista principal e 2 nas marginais.
Em ações de fiscalização realizadas desde 2020 na Linha Verde, a GM promoveu 604 blitze, resultando em 30.233 abordagens – 18.988 motocicletas e 11.041 carros. Dessas abordagens, 5.908 veículos foram removidos (3.265 motos e 2.565 carros), 16 mil autos de infração foram lavrados e 458 CNHs recolhidas.
Durante a Tribuna Livre, os vereadores também abordaram temas complementares. A vereadora Delegada Tathiana Guzella sugeriu a criação de uma “Faixa Verde” voltada para motociclistas, nos moldes da “Faixa Azul” de São Paulo. Bretas considerou a proposta viável, desde que acompanhada de ações de conscientização. Já as vereadoras Meri Martins (Republicanos) e Camilla Gonda (PSB) destacaram a importância da educação para o trânsito desde a infância. Bretas mencionou o trabalho da Guarda Municipal Mirim e parcerias com o BPTran para ações educativas.
A vereadora Andressa Bianchessi (União) levantou a questão dos atropelamentos de animais, e Bretas afirmou que a Guarda está aberta à participação em campanhas que envolvam a proteção animal. O supervisor também respondeu a questionamentos de outros vereadores, como Professora Angela (PSOL), Marcos Vieira (PDT), Serginho do Posto (PSD), Bruno Secco (PMB) e Sargento Tânia Guerreiro (Pode).
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