Curitiba registra 21 casos confirmados da varíola causada pelo vírus monkeypox até esta quarta-feira (27/7). São 20 homens e uma mulher e todos passam bem. Do total de casos, 16 são importados ou contatos de viajantes e em cinco casos não foi possível determinar vínculo relacionado a viagem. Com isso, a Secretaria Municipal da Saúde (SMS) de Curitiba declarou a transmissão comunitária do vírus da monkeypox no município.
“A transmissão comunitária é uma declaração técnica, da Epidemiologia, quando não é possível rastrear qual a origem da infecção de um ou mais casos, indicando que o vírus circula no munícipio, independentemente de viagem ou não”, explica a secretária municipal da Saúde de Curitiba, Beatriz Battistella.
A secretária ressalta que a declaração de transmissão comunitária do monkeypox em Curitiba não é motivo para pânico. “Essa doença é o que chamamos de autolimitada, ou seja, resolve-se espontaneamente e tem um prognóstico muito benigno. Salvo raríssimas exceções, não há agravamento do paciente, bem diferente do que tínhamos com o coronavírus no início da pandemia da covid-19”, afirma.
Segundo Beatriz, o vírus monkeypox exige um contato físico íntimo para que ocorra a transmissão. “Ao contrário de outros vírus muito transmissíveis, como o coronavírus, o influenza ou o do sarampo, o vírus responsável por este tipo de varíola exige um contato direto pele a pele para que ocorra a transmissão”, explica.
Rede preparada
Mesmo antes da declaração do estado em emergência em saúde pública global pela Organização Mundial da Saúde (OMS), no último sábado (23/7), as autoridades de saúde municipais, estaduais e nacionais já estavam em alerta e mobilizadas em relação à doença.
“Com a disponibilização de protocolos e fluxos especiais para monkeypox elaborados pela Secretaria Municipal da Saúde (SMS) de Curitiba, os serviços de saúde do município estão identificando os casos suspeitos, atendendo, coletando os exames indicados, tratando e monitorando os pacientes”, diz Beatriz.
Orientações
Neste momento, em relação à monkeypox, a SMS orienta maior atenção para pessoas que venham a apresentar na pele pústulas (bolinhas vermelhas com pus) após contato íntimo com alguém diagnosticado ou com suspeita para essa doença. Além das pústulas, deve se observar ocorrência de febre e gânglios inchados
“Nestes casos, a orientação é procurar um serviço de saúde, para investigação, pois os sintomas são comuns a várias doenças, e somente um profissional de saúde poderá avaliar para notificar a SMS e orientar corretamente o paciente”, explica a médica infectologista da SMS, Marion Burger.
“Várias doenças alérgicas ou infecciosas, como a catapora, se caracterizam por lesões do tipo vesículas e pústulas, mas que não têm nada a ver com a infecção pelo vírus monkeypox”, complementa.
Se houver dúvida, a Central 3350-9000 da SMS também pode ser acionada, caso a pessoa apresente lesões na pele e tenha tido contato íntimo com paciente suspeito ou diagnosticado com a doença. “Após o contato com a Central, caso seja indicado, o paciente será orientado e encaminhado para um serviço de saúde, se houver necessidade”, explica Marion.
A SMS indica, ainda, que o isolamento do paciente com suspeita ou confirmação da doença é fundamental para evitar o espalhamento da doença e não expor outras pessoas ao risco, principalmente aquelas imunodeprimidas.
Perguntas e respostas
O que é a monkeypox?
É uma doença causada pelo vírus monkeypox, que ficou conhecida como varíola dos macacos.
Como se transmite?
O vírus monkeypox é transmitido quando alguém tem contato direto com as lesões de pele, secreções respiratórias ou com objetos contaminados usados por uma pessoa que está infectada.
Embora não seja uma infecção sexualmente transmissível, a doença pode ser passada durante a relação sexual pelo contato direto (pele a pele) entre as pessoas envolvidas.
Muitos dos casos registrados até o momento no mundo foram observados em homens que fazem sexo com outros homens. Mas qualquer pessoa, independentemente da orientação sexual, pode ser contaminada.
Quais são os sintomas?
A pessoa infectada apresenta lesões na pele de uma ou mais partes do corpo (rosto, pernas, braços, tronco ou região genital) e que podem se espalhar para outras partes do corpo nos dias seguintes.
As lesões aparecem, mais comumente, uma semana após o contato com alguém contaminado, mas este período, que é chamado de "incubação", pode variar de 6 a 21 dias
As lesões lembram as da varicela (catapora), com a diferença de que estão todas no mesmo estágio de evolução.
A pessoa pode ter também febre, presença de “íngua” pelo corpo, dor de cabeça, dor muscular, calafrios e fraqueza.
O que fazer se apresentar alguma lesão como essa?
Neste momento, em relação à monkeypox, a SMS orienta maior atenção para pessoas que venham a apresentar na pele pústulas (bolinhas vermelhas com pus) após contato íntimo com alguém diagnosticado recentemente com a doença. Em caso de dúvidas, procure a sua unidade de saúde de referência ou ligue na Central de Atendimento 3350-9000, que funciona todos os dias, das 8h às 20h.
E se eu tiver contato com alguém com essas lesões?
De forma geral, precisa aguardar ter algum sintoma para iniciar a investigação com exames. Em caso de dúvidas, ligue na Central 3350-9000.
Qual o tratamento para monkeypox?
Não existe tratamento específico. O tratamento é baseado no alívio de sintomas como dor e febre. A evolução da doença é benigna na grande maioria dos pacientes.
Precisa fazer isolamento domiciliar?
Pessoas com suspeita de monkeypox devem cumprir isolamento domiciliar. No atendimento médico, será fornecido inicialmente um atestado de dez dias ou até vir o resultado dos exames. Após a reavaliação médica e dos resultados, se for confirmada monkeypox, o período de isolamento deve durar até que todas as lesões estejam curadas.
A OMS declarou emergência em saúde pública em relação à monkeypox. Isso significa que a monkeypox é tão grave como a covid-19?
Não! A Organização Mundial da Saúde (OMS) decretou que a monkeypox é uma emergência em saúde pública, com risco moderado em todo o mundo, com exceção da Europa, onde o risco é alto. A decisão da OMS está relacionada ao espalhamento da doença no globo e não com a gravidade da evolução da doença em si.
Até o presente momento, a monkeypox é uma doença com prognóstico muito benigno. Ou seja, salvo raríssimas exceções, não há agravamento do paciente, bem diferente do quadro que havia do coronavírus no início da pandemia.
Além disso, esse vírus exige um contato íntimo físico, pele a pele, para que ocorra a transmissão. Ao contrário de outros vírus muito transmissíveis, como o covid-19, o influenza ou o do sarampo, esse vírus deste tipo de varíola exige um contato direto principalmente com as lesões de pele para que ocorra a transmissão.