O relatório anual do Programa Vida no Trânsito (PVT), divulgado nesta semana, revela que o número de mortes no trânsito diminuiu em Curitiba no ano de 2021, na comparação com 2020. Foram registradas 168 mortes em 2021 e 179 em 2020, o que corresponde a uma redução de 6,1%.
Segundo os dados apurados, os motociclistas são as principais vítimas dos acidentes de trânsito (76 mortes), seguidos dos pedestres (42), ocupantes de automóvel (34), ciclistas (14), ocupantes de ônibus (1) e outros (1). Acesse a pesquisa completa
Embora os óbitos tenham apresentado redução, o número de motociclistas mortos em acidentes aumentou de um ano para o outro. Em 2020, foram 69 mortes, e em 2021, 76.
“Em todo o mundo, o motociclista é a maior vítima no trânsito. Reforçamos as campanhas educativas e estratégias para diminuir essas mortes, como a implantação das motocaixas nas principais vias da cidade. Infelizmente a imprudência, a pressa e o excesso de velocidade de muitos acabam elevando esses números”, diz a superintendente de trânsito de Curitiba, Rosangela Battistella.
Ela explica também que o aumento dos serviços de entregas com motos, impulsionado pelas restrições sociais impostas pela pandemia de covid-19, colocou esse grupo em destaque entre as vítimas.
“As pessoas priorizaram os serviços de entrega de todos os tipos de produtos na pandemia, o que fez com que a demanda do serviço e o número de motociclistas nas ruas aumentasse consideravelmente neste período”, pontua a superintendente.
Causas e perfil
Segundo a análise dos casos, dentre os principais fatores e condutas que contribuíram para a ocorrência das mortes no trânsito estão: bebidas alcoólicas, velocidade excessiva e desrespeito à sinalização de trânsito.
Na análise das mortes por faixa etária e sexo, o homem, entre 20 a 39 anos, aparece como a principal vítima, com 54,8% dos casos. Dos 92 óbitos ocorridos nessas faixas etárias em 2021, 79 foram de pessoas do sexo masculino.
O domingo, a quarta e a quinta-feira foram os dias da semana em que mais ocorreram óbitos no trânsito. A madrugada e o início de noite foram os períodos do dia em que aconteceram o maior número de mortes.
Segundo o diretor da Escola Pública de Trânsito de Curitiba (EPTran), Claudionor Agibert, o trabalho existente em relação aos públicos mais vulneráveis no trânsito curitibano será reforçado.
“Esses dados são fundamentais para estabelecermos políticas públicas, em todas as áreas, seja na engenharia, na educação ou na fiscalização, para tentar diminuir esses índices”, explica o diretor.
Iniciativa
O Programa Vida no Trânsito foi criado em 2011 e acompanha anualmente dados de acidentes fatais. Neste período, entre 2011 e 2021, Curitiba teve redução de 45,8% no número de mortes no trânsito.
A comissão de coleta de dados, análise e gestão da Informação do Programa Vida no Trânsito é formada por representantes do Batalhão de Polícia de Trânsito (BPTran), Batalhão de Polícia Rodoviária Estadual (BPRv), Instituto de Criminalística (IC), Instituto Médico Legal (IML), Polícia Rodoviária Federal (PRF), Secretaria Municipal da Saúde (SMS), Secretaria Estadual da Saúde (Sesa-PR), Superintendência de Trânsito (Setran), Sistema de Atendimento ao Trauma em Emergência (Siate), Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), Corpo de Bombeiros, Detran-PR, Delegacia de Delitos de Trânsito (Dedetran), além da colaboração da Urbs – Urbanização de Curitiba e da regional sul da concessionária Arteris.