Curitiba está entre as cinco capitais com melhor qualidade de vida do Brasil, conforme o Índice de Progresso Social (IPS) divulgado esta semana e desenvolvido pelo Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon). Pela primeira vez, o estudo avaliou todas as 5.570 cidades brasileiras com base em resultados sociais e ambientais – em vez de apenas indicadores econômicos.
O estudo também apontou que a capital paranaense foi a primeira colocada na avaliação de dois componentes: Qualidade do Meio Ambiente e Água e Saneamento. No ranking das capitais brasileiras, as cinco melhores avaliadas foram Brasília, Goiânia, Belo Horizonte, Florianópolis e Curitiba.
“Diante dos desafios que estes tempos de mudanças climáticas têm nos colocado, ousamos dizer que Curitiba não tem medo do futuro”, disse o prefeito Rafael Greca.
“Desde 2017, a Prefeitura intensificou as ações de sustentabilidade do meio ambiente, com o compromisso de ampliar suas áreas verdes, iniciamos o uso de energias renováveis nos nossos prédios públicos e no transporte coletivo. Criamos o nosso PlanClima, fruto da adesão de Curitiba à Meta 2020 do Grupo C40 de Grandes Cidades para Liderança do Clima. Também somos a melhor capital em saneamento do Brasil: 100% da população abastecida com água tratada”, celebrou o prefeito.
O IPS é realizado considerando a avaliação de dados das cidades, estados e do país em três dimensões: Necessidades Humanas Básicas, Fundamentos do Bem-estar e Oportunidades, distribuídos em 12 componentes, que avalia de três a seis indicadores.
O índice varia de 0 (pior) a 100 (melhor) e corresponde à média simples dos resultados do IPS das três dimensões. No componente Água e Saneamento, Curitiba atingiu o índice de 94,17 pontos; em Qualidade do Meio Ambiente, 78,31. Na média geral, o índice foi 69,36, maior que a média nacional (61,8) e do estado do Paraná (63,49).
Cidade sustentável
Entre as ações que Curitiba recebeu nos últimos anos que têm reflexo no melhor resultado entre as capitais no cuidado com o Meio Ambiente, estão:
– A criação do Plano de Adaptação e Mitigação das Mudanças Climáticas de Curitiba (PlanClima), do Programa Curitiba Mais Energia, de popularização do uso da energia limpa como painéis fotovoltaicos e miniusinas, que inclui a Pirâmide Solar de Curitiba, primeiro parque fotovoltaico em um aterro sanitário desativado na América Latina (2023).
– A cidade também conta com painéis solares no Palácio 29 de Março, Galeria das Quatro Estações do Jardim Botânico, Espaço Curitiba Solar do Parque Barigui e terminais do Boqueirão, Santa Cândida e Pinheirinho (em andamento). Também foi criada a Central Geradora Hidrelétrica Nicolau Klüppel no Parque Barigui.
– Desde 2017, Curitiba ganhou seis novos parques e hoje conta com 52 parques, o que contribui para a cidade ofertar 60 m² de área verde por habitante, cinco vezes mais que o recomendado pela OMS (12 m²/hab).
– A cidade recicla 22,5% de seus resíduos, bem acima dos 3% da média nacional e é a melhor capital em saneamento do Brasil: 100% da população abastecida com água tratada e 98% com acesso à rede de coleta e tratamento de esgoto.
– Nos últimos anos, a cidade ganhou 500 mil árvores plantadas e o Bairro Novo da Caximba, o maior projeto socioambiental da cidade dos últimos tempos, teve as primeiras 60 casas entregues na última quarta-feira (3/7)
– Curitiba também ganhou o Programa Amigo dos Rios, de proteção às águas pluviais, e a volta da Família Folhas, como projeto de educação ambiental.
Também foram criados:
- Combustível Derivado de Resíduos Urbanos (CDRU) para a fabricação de cimento (2019).
- Escola Municipal de Sustentabilidade, no Bosque Zaninelli (2022).
- Nova Família Folhas (2022).
- COM-POS-TE, distribuição de 1.100 composteiras (2023).
- Hospital Veterinário Municipal, no Taboão (2024).
- 47 novas Reservas Particulares do Patrimônio Natural do Município (RPPNMs): 836 mil m² em áreas preservadas e um total de 64 RPPNMs (2017 a 2024).
- 11 novos Ecopontos, incluindo o primeiro Metropolitano: 14 no total (2017 a 2024).
- 3 novos pontos do Câmbio Verde, entre os 103 hoje existentes: Vila Portelinha, Santa Quitéria (2017); Conjunto Maringá, Cachoeira (2018); e Moradias Faxinal, Santa Cândida (2019).
- 90 Jardins de Mel em parques, praças, hortas, fazendas urbanas e escolas (2017 a 2024).
- Revitalização de parques e bosques de Curitiba: Passeio Público (2019), Parque São Lourenço (2021), Jardim Botânico (2019 a 2024), Bosque Alemão (2024) e Bosque Gutierrez (2024).
- Programa Municipal de Castração, com 130 mil castrações gratuitas, 153 mil microchipagens de cães e gatos, 222 toneladas de rações doadas e 1.885 adoções pelo Amigo Bicho.
- Reserva Hídrica do Futuro: desapropriações e ordem de serviço para início das obras do 1º parque no Umbará (2024).
- Ecodistrito Belém: estudos já começaram (2024).
- Inauguração da Área de Lazer do Ganchinho, um pedido do Fala Curitiba (dezembro/2024)
Indicadores do estudo
O estudo mede a qualidade de vida da população de forma multidimensional a partir de 53 indicadores que envolvem, por exemplo, nutrição e cuidados médicos básicos, água e saneamento, moradia, segurança pessoal, acesso à informação e comunicação, acesso à educação superior e qualidade do meio ambiente. Eles estão divididos em três dimensões: necessidades humanas básicas; fundamentos para o bem-estar; e oportunidades.
Os indicadores usam como base fontes oficiais e de institutos de pesquisa, como os ministérios da Saúde e da Cidadania, o Sistema Nacional de Informações sobre o Saneamento (SNIS), Instituto Nacional de Estudos e pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), Conselho Nacional de Justiça (CNJ), Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Mapbiomas, Anatel, CadÚnico, entre outras.
O IPS
Realizado pelo Imazon em parceria com a Fundación Avina, Amazônia 2030, Anattá Pesquisa e Desenvolvimento, Centro de Empreendedorismo da Amazônia e Social Progress Imperative, o Índice de Progresso Social (IPS) é uma ferramenta que mede o desempenho social e ambiental de territórios em todas as geografias (países, estados, municípios e até comunidades) e surge para complementar medidas de desenvolvimento, pois apenas o crescimento econômico, sem progresso social, pode resultar em degradação ambiental, aumento da desigualdade e conflitos sociais.