O Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas (Gaeco) deflagrou, nesta sexta-feira (31), a Operação Nuremberg para desarticular um grupo neonazista com atuação em Curitiba, Araucária e São José dos Pinhais, além de cidades de Santa Catarina, São Paulo e Sergipe. A investigação aponta que se trata de uma das organizações mais articuladas e violentas do país na disseminação de discursos de ódio e no planejamento de ataques.
Segundo o Ministério Público de Santa Catarina (MPSC), os investigados atuavam principalmente em ambientes virtuais, utilizando perfis falsos e fóruns para divulgar ideologias supremacistas e incitar a violência. Paralelamente, o grupo realizava encontros presenciais para debater estratégias de expansão, recrutamento e confronto com grupos adversários.
As apurações também identificaram uma organização hierarquizada, com fichas de ingresso, cobrança de mensalidades, produção de camisetas exclusivas e realização de cerimônias de “batismo” para oficializar a entrada de novos membros. As contribuições financeiras eram usadas para custear materiais de propaganda e a manutenção das atividades internas.
Os integrantes se autodenominavam skinheads neonazistas e utilizavam como símbolo o chamado “Sol Negro”, associado ao ocultismo nazista, com a figura de um fuzil AK-47 ao centro. O emblema representava, para o grupo, a exaltação da supremacia branca e o uso da força como forma de imposição ideológica.
A operação cumpriu mandados em quatro estados. No Paraná, as ações foram realizadas em Curitiba, Araucária e São José dos Pinhais. Também houve ordens judiciais em cidades de Santa Catarina, São Paulo (Campinas, Taboão da Serra, Osasco e capital) e Sergipe (Aracaju).
Durante as buscas, foram apreendidos materiais de apologia ao nazismo, além de armas brancas como facas e soco inglês. Os mandados foram executados por equipes do Gaeco e do CyberGaeco, com apoio dos Ministérios Públicos estaduais.
A ação foi batizada de Nuremberg em referência aos julgamentos realizados após a Segunda Guerra Mundial, que estabeleceram precedentes na responsabilização por crimes de ódio, extremismo e intolerância. A operação reforça o esforço das autoridades para combater organizações extremistas e prevenir ações violentas em território nacional.





