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Crítica | Jogador N°1

XV CURITIBA
5 Min Read
Ready Player One (2018) Tye Sheridan as Wade Owen Watts/Parzival

Me lembro da sensação que senti quando Jogador N° 1 terminou na sala de cinema. Fiquei extasiado, animado, empolgado, querendo contar ao mundo o que eu tinha acabado de presenciar. Sempre fui cinéfilo, apaixonado por tudo que envolve a 7° arte, mas confesso que poucos filmes conseguem causar esse efeito em mim. 


Quando soube que o livro viraria filme, eu temi. O que é normal, já que vemos tantos cometendo erros nessa transição de uma história saindo dos livros e indo para as telonas. Temos muitos casos de sucesso, mas creio que hajam mais casos em que deram errado, por isso o medo. E aos que achavam que Steven Spilberg ficou ultrapassado em seu hiato e ainda tinham dúvidas quanto a isso, ele nos provou que elas não existem mais. Mas sabe o que é mais fantástico nisso tudo? É que ele usou justamente o passado, isso mesmo, para fazer um trabalho maravilhoso em Jogador N° 1. Anos tão saudosistas como 70's, 80's e 90's são levados ao futuro, e é aí que as coisas começam a acontecer. 


A história se passa em 2045, onde Wade Watts, assim como toda a humanidade, prefere a realidade virtual do jogo OASIS, do que viver no mundo real. Nele, você pode ser quem quiser ser, fazer o que quiser fazer, onde o único limite é a sua imaginação. Quando James Halliday, o criador do jogo, morre, os jogadores devem descobrir a chave de um quebra-cabeça para conquistar não só trilhões de dólares, mas também o controle total do game. 

Geralmente analisamos e prestamos mais atenção em atuações dos atores do que em outros elementos do filme, mas sinceramente, isso é uma das coisas que menos importam neste filme. Não que Tye Sheridan, Olivia Cooke, Ben Mendelsohn e os outros atores do elenco atuem mal, mas o filme é tão hinoptizante em outros aspectos, que isso perde relevância. Não há como negar que o ponto forte e mais chamativo do filme são as referências. De Tiranossauro Rex a King Kong, de Gigante de Ferro a Chucky, de Mega Godzilla a O Iluminado, as referências são muitas. E mesmo com 2 horas e 19 minutos de filme, não é possível identificar todas logo de cara. Mesmo que a gente queira. A trilha sonora também aguça nossa nostalgia, com clássicos como "We're Not Gonna Take It" do Twisted Sister, "I Wanna Be Your Lover" do Prince e "Stayin' Alive" do Bee Gees. A mistura entre live-action e animação dá muito certo e não é algo que cansa, inclusive, em muitos momentos elas se completam. Além de performances com captura de movimento. Os efeitos especiais causam um impacto visual, pela  excelência e capricho dos detalhes. Com certeza, deve figurar entre os indicados de melhor animação no próximo Oscar.


Uma das maiores qualidades de Spilberg sempre foi o tom aventuresco, mesclado com a juventude, que deu muito certo em seus principais filmes, como Jurassic Park, ET e agora, com Jogador N°1. E esse clima de aventura, misturado com ótimo efeitos visuais e referências para dar e vender, transformam o filme em um dos melhores do ano. E olha que ainda estamos em Março. 

Sabe quando está passando um clássico dos anos 80 na TV, como Curtindo a Vida Adoidado ou De Volta Para o Futuro e você para tudo que está fazendo para assistir, com aquela sensação de que está vendo aquilo pela primeira vez, mesmo que já tenha assistido umas 100 vezes? Então, Jogador N° 1 é assim. É o tipo de filme que dá vontade de assistir uma, duas, três vezes nos cinemas. E sem dúvidas, é o que eu pretendo fazer.


 

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Posted by XV CURITIBA
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