O mercado da carne enfrenta tensão após o Carrefour anunciar que não comprará mais carne brasileira para suas lojas na Europa, alegando preocupações ambientais. Em resposta, 42 entidades da cadeia produtiva e o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, criticaram a decisão. Grandes frigoríficos, como JBS e Marfrig, suspenderam o fornecimento de carne para o Carrefour no Brasil. Além disso, bares, restaurantes e hotéis de São Paulo se organizaram para boicotar a carne vendida pela rede.
Inicialmente, a medida afetou diretamente 140 supermercados em diferentes regiões do país, incluindo as lojas do Atacadão, Sam’s Club e Carrefour, que somam um total de 1.140 estabelecimentos. O reflexo foi imediato e pode se estender para outras áreas do mercado de alimentos, gerando tensão nas relações comerciais.
A repercussão da decisão do Carrefour também atravessou fronteiras. Na Argentina, associações de produtores de carne manifestaram apoio ao Brasil e criticaram a postura do grupo francês, sugerindo que a medida não se justifica e impacta negativamente as relações comerciais.
Enquanto isso, em Brasília, o deputado Alceu Moreira (MDB-RS), ex-presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária, está pressionando para a criação de uma comissão externa que possa investigar as ações do Carrefour Brasil. O parlamentar afirma que o grupo tem um histórico de violações raciais, ambientais e trabalhistas, e acredita que é fundamental avaliar tais denúncias para garantir a transparência das atividades da empresa no país.
A situação ainda está longe de ser resolvida, e o mercado aguarda os próximos desdobramentos, que prometem manter a tensão alta entre produtores, distribuidores e o Carrefour, tanto no Brasil quanto no exterior.