A Associação Comunitária Vila Santana emitiu uma nota a imprensa referente a invasão do Movimento de Trabalhadores Sem-Teto (MSTS) ocuparam um terreno particular localizado no bairro Campo do Santana, em Curitiba, na noite da última sexta-feira (10).
Na nota da Associação eles alegam que a criminalidade no bairro cresceu após a invasão, que os moradores estão assustados com as ameaças e furtos que vem acontecendo.
Também afirmam que poucas pessoas ficam na invasão durante a noite, pois a maioria tem casa para morar.
Confira a nota:
ACVS – ASSOCIAÇÃO COMUNITÁRIA VILA SANTANA, pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ sob o nº. 33.820.943/0001-10, com sede na Rua Ruy Leal, 809, CEP 81.490-046, Campo de Santana, Estado do Paraná, por intermédio da presente nota, comparece respeitosamente perante a imprensa para expor o que segue.
Na madrugada do dia 10 para o dia 11 de junho de 2022, dezenas de pessoas com a bandeira do Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST) invadiram um terreno localizado no Bairro Campo de Santana, trazendo consequências imediatas e perniciosas para os moradores e comerciantes locais.
Desde o início da invasão, são diários os relatos de ameaças e furtos provocados pelos invasores. Os moradores da região estão absolutamente apavorados e intimidados pelos mais novos “ocupantes” do bairro. Muitos evitam até sair da própria casa, com medo dos invasores.
Além de intimidarem os moradores para a entrega de mantimentos, os invasores também furtam sem qualquer pudor os residentes e os comerciantes locais, causando um constante estado de insegurança na região – de forma que, apavorados, alguns comerciantes estão deixando de abrir o seu comércio para evitar maiores prejuízos.
A qualquer momento do dia é possível ver pessoas desconhecidas perambulando no Bairro Campo de Santana, sujando as ruas e trazendo desordem.
Ademais, os invasores não têm qualquer consideração por regras básicas de trânsito, estacionando suas dezenas de veículos nas vias públicas de forma irregular, bloqueando a passagem de veículos e instaurando o caos também no trânsito da região.
Para piorar, a cada dia que passa, mais pessoas estão adentrando no terreno. A baderna, que só aumenta, inicia logo cedo e vai até a madrugada, quando os invasores desmatam o local e fazem fogueiras cada vez maiores a céu aberto – lotando as casas da vizinhança de fumaça.
Mas, no fim do dia, pouquíssimas pessoas ficam no terreno para dormir: a maioria pega os seus veículos para descansar em outro local – afinal, está bastante claro que a imensa maioria dos invasores tem um lugar para morar; outros, ao que tudo indica, revezam entre as invasões patrocinadas pelo MTST nas proximidades.
O fato é que acabou a tranquilidade na região: desde a invasão, o que sobrou foi medo e indignação por parte dos moradores e comerciantes locais, que também observaram o valor de suas propriedades sofrer uma injusta depreciação provocada pela baderna instaurada no Bairro Campo de Santana.
Com isso, a população do Bairro Campo de Santana está completamente apavorada e insatisfeita com a invasão: apesar de também lutar diariamente por condições mais dignas de vida e de moradia, sobretudo para assegurar garantias constitucionais básicas, a Vila Santana não coaduna com o modo de atuação do MTST na região.
Por tudo isso, não concordamos com a demora imposta pelo Poder Público para efetuar a reintegração de posse da área em favor da proprietária do terreno invadido, sobretudo porque dezenas de milhares de moradores – e verdadeiros trabalhadores da região – estão sendo diariamente prejudicados por invasores travestidos de defensores de um direito à moradia.
Queremos justiça e a nossa tranquilidade de volta!
Curitiba, 22 de junho de 2022.