A circulação de uma imagem que supostamente mostrava a morte de uma das principais figuras femininas do Comando Vermelho (CV), conhecida como “Penélope” ou “Japinha”, ganhou novos contornos após a confirmação de que o corpo divulgado não pertence à investigada. A informação foi reforçada por agentes envolvidos na megaoperação realizada nas comunidades do Alemão e da Penha, no Rio de Janeiro. O cadáver que aparece nas imagens, vestindo roupa camuflada e colete tático, seria de um homem não identificado.
A jovem, apontada por investigações como integrante da linha de frente da facção, não está entre os 115 mortos oficialmente identificados pelas forças de segurança. Todos os corpos reconhecidos até o momento são de homens. Além disso, o nome de “Japinha do CV” não consta na lista divulgada pelas autoridades, o que reforça as dúvidas sobre seu real paradeiro após o confronto.
A imagem que viralizou nas redes sociais mostrava uma mulher com uniforme de guerra e armamento pesado, sendo amplamente associada à suposta morte da integrante. A Polícia Civil do Rio de Janeiro, no entanto, não confirmou a informação. Paralelamente, perfis falsos com o nome e a imagem de Penélope passaram a divulgar conteúdos enganosos, solicitar doações via Pix e até promover apostas online.
A megaoperação teve como objetivo conter a expansão territorial do Comando Vermelho e cumprir mandados de prisão. A ação resultou na morte de 115 suspeitos. Conforme dados da Polícia Civil, 59 dos mortos tinham mandados de prisão abertos e 97 possuíam antecedentes criminais. Outros 12 apresentavam indícios de envolvimento com o tráfico por meio de publicações nas redes sociais, totalizando ao menos 109 pessoas com ligação direta com a facção.
Mais da metade dos mortos não era natural do Rio de Janeiro. Ao todo, 62 vieram de outros estados, sendo a maioria do Pará, Bahia, Amazonas e Goiás. O levantamento mostra que líderes criminosos de 11 estados estavam presentes nas comunidades durante a operação.
As circunstâncias das mortes são investigadas pela Delegacia de Homicídios da Capital (DHC), com acompanhamento do Ministério Público. A Subsecretaria de Inteligência da Polícia Civil também analisa a ligação de cada suspeito com a facção. Enquanto isso, permanece o mistério sobre o paradeiro de “Japinha do CV”, cuja participação na facção foi amplamente divulgada, mas ainda não confirmada oficialmente entre os mortos da operação.






