O que o Palácio do Planalto mais temia acabou se confirmando. Mesmo diante da polêmica liminar concedida ontem por um juiz federal de Brasília – que, diga-se de passagem, foi derrubada hoje – Renan Calheiros será mesmo o relator da CPI da Pandemia no Senado Federal.
Instalada nesta terça-feira, a comissão teve confirmada a eleição de Omar Aziz como presidente e Randolfe Rodrigues como vice. A eleição foi feita de forma secreta, com urna eletrônica, e depois dela Aziz confirmou Renan como relator.
“Não podemos proteger ninguém em nome de quase 400 mil óbitos”, disse Aziz, garantindo que a CPI irá buscar"nada além da verdade”, seja contra quem for do Governo Bolsonaro.
O presidente eleito indeferiu a questão de ordem dos senadores Jorginho Mello e Marcos Rogério contra as indicações dos senadores emedebistas Renan Calheiros e Jader Barbalho para integrar o colegiado por serem pais dos governadores Renan Filho (AL) e Helder Barbalho (PA), respectivamente.
SEM TEMOR ALGUM
Ao fazer uma ampla defesa da atuação do governo federal na questão da pandemia, o líder governista Fernando Bezerra Coelho garantiu que o Planalto não teme as investigações e assume o compromisso de oferecer a sua contribuição com transparência e fornecendo todas as informações necessárias para a apuração dos fatos, "sem perder de vista o interesse público, que deve nortear o roteiro de trabalho a ser seguido por esta CPI".
Bezerra disse ainda que está convencido de que o julgamento das ações de enfrentamento "da maior crise sanitária da história revelará a lisura da conduta do governo, e, à luz dos fatos, ficará comprovado que nenhum ato doloso de omissão foi cometido no combate à pandemia".