Falamos muito sobre pensar no próprio guarda-roupa, em quem somos, refletir antes de nos vestir, em quem somos, no uso das nossas roupas. Mas um fator sempre intrínseco às nossas escolhas mas que nem sempre pousamos o pensamento são as pessoas. O olhar de terceiros sobre nós conclui a comunicação que provocamos de forma não-verbal. Esta é baseada em gestos, expressões e, com certeza, também com o que vestimos. É certo que é imprescindível sabermos quem somos, pois só assim transmitiremos uma mensagem coerente, com sentido e sem ruídos até chegar ao outro lado.
E para estruturar o que queremos que os outros enxerguem, saibam e entendam de nós, é fundamental o amor próprio. A auto-estima. A segurança. Uma identidade firme. Assim a mensagem certamente será coesa, independente, fluida. A preocupação com a opinião alheia certamente não deve ser exacerbada, mas com equilíbrio, deve sim existir. Até porque somos seres sociais. Nos sustentamos por meio de relacionamentos. E pretendemos manter laços com pessoas que encaixem, se conectem conosco. Antes de abrir o guarda-roupa, é sim importante pensar: o que quero comunicar?
E dessa forma, o nosso estilo fala. As nossas roupas, mesmo quando estamos em silêncio, gritam a nossa personalidade, as nossas preocupações, o humor do dia. Talvez ela, em algum momento, esteja até desvirtuada da nossa essência de fato, mas até isso é transmitido. Muitas vezes, são os detalhes. Um lenço despretensiosamente jogado, a cor viva do cabelo, o esmalte descascado, a estampa por baixo da blusa, a renda da meia calça, a bolsa arredondada, a mistura de texturas. Talvez – e provavelmente – o outro não seja um exímio reconhecedor de moda, mas certamente ele sabe ler esta falta de letras. Qual é a leitura dele?