O secretário Municipal de Abastecimento e Agricultura, Luiz Gusi, anunciou nesta quinta-feira (02/02) a abertura de uma comissão para apurar as razões que levaram a gestão anterior da Prefeitura à compra de 277 toneladas de feijão nos últimos dias de 2016.
A compra não era necessária, pois já havia 215 toneladas de feijão em estoque, que dariam para manter o abastecimento por três meses e meio.
As ordens de compra foram feitas entre 21 e 26 de dezembro de 2016, nos últimos dias da antiga gestão. Não houve pedido da equipe de transição para a compra do feijão ou de qualquer outro produto para os Armazéns da Família. A entrega do novo lote de feijão foi suspensa a pedido da secretaria.
Para solucionar o problema de estoque antes que o produto perca a qualidade, o prefeito Rafael Greca anunciou na quarta-feira (01/02), na Câmara Municipal de Curitiba, que pedirá aos vereadores autorização de venda, para toda a população, das 492 toneladas de feijão – 215 toneladas estocadas e 277 toneladas com entrega futura – nos Armazéns da Família. Normalmente, apenas famílias com até 3,5 salários mínimos podem comprar produtos nos armazéns.
Comissão
A comissão, explica o Gusi, vai apontar como foi feito todo o processo de compra do feijão. “Com a Central de Distribuição no limite, não haveria espaço para colocar todo esse volume”, observa ele.
Também será apontado o possível prejuízo causado pela compra de todo este feijão. “Um prejuízo, na realidade, já há, pois tivemos que baixar o preço do produto vendido nos Armazéns da Família para torná-lo mais competitivo em relação ao varejo”, observa.
Gusi estima que dentro de 15 dias o relatório será finalizado. O secretário destaca que para evitar que as compras futuras abarrotassem ainda mais a Central de Distribuição, a secretaria pediu a suspensão da entrega. “Também estamos pleiteando uma redução ainda maior nos preços”, antecipou.
Gusi reitera que, no começo de janeiro, a secretaria foi obrigada a baixar o preço das duas variedades (carioquinha e preto) para torná-las competitivas em relação ao valor praticado no varejo. A secretaria constatou que alguns supermercados estavam vendendo o quilo de feijão carioquinha a R$ 4,59, enquanto nos Armazéns da Família o mesmo produto, da mesma marca, custava R$ 7,85. “Com isso, não estávamos girando o nosso estoque”, conta Gusi.
O secretário alerta que há risco real de parte do estoque perder a qualidade. “Não há demanda suficiente entre as famílias atendidas pelo Armazém. E o pior. No ritmo atual de venda, não haverá espaço para guardar na Central de Distribuição um volume tão grande que está por vir”, alerta Gusi.
Venda
Se a venda para toda a população for aprovada pela Câmara, a Secretaria Municipal de Abastecimento e Agricultura fará uma grande ação nos Armazéns da Família.
Todos os locais terão na entrada um espaço especial, devidamente identificado, com exposição e venda dos produtos, que custam hoje a partir de R$ 2,99 o quilo (carioquinha) e a partir de R$ 3,99 o quilo (preto).
Fonte: Prefeitura de Curitiba