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Com 3,1 milhões de visitantes por ano, Mercado Municipal faz 59 anos

XV CURITIBA
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De vizinho a um imenso terreno, onde só havia a linha férrea e pasto para gado, a centro gastronômico tradicional da cidade, o Mercado Municipal faz 59 anos nesta quarta-feira (2/8) como programa obrigatório para curitibanos e para quem visita a cidade. Anualmente, cerca de 3,1 milhões de pessoas percorrem os corredores deste espaço da Prefeitura, em busca de hortifrutigranjeiros, cereais, carnes, peixes, especiarias e pratos de todas as partes do mundo.

Construído entre 1956 e 1958, o Mercado Municipal foi projetado por um jovem engenheiro na época, o ex-prefeito de Curitiba Saul Raiz, e a construção foi autorizada, em 1954, pelo então prefeito do município, o ex-governador Ney Braga (1917-2000). “Cheguei a Curitiba, vindo do interior do Paraná, no mesmo ano em que começou a construção. Logo me falaram que a Prefeitura estava erguendo um Mercado Municipal no meio do mato, em um banhado”, recorda o barbeiro Chiguenobu Yochida, de 81 anos, um dos veteranos do espaço inaugurado em 2 de agosto de 1958.

Seu Antônio, como é mais conhecido, começou a trabalhar no local dois anos depois da abertura e, em quase seis décadas cortando cabelo de gerações de homens, testemunhou muitas mudanças no local, hoje administrado pela Secretaria Municipal de Agricultura e Abastecimento (Smab). “Naquela época, o Mercado abria às 3 horas da manhã e funcionava de domingo a domingo. Depois vieram todas as reformas e ampliações que transformaram o mercado no que é hoje”, salienta ele, que não tem planos para se aposentar. “Meus fregueses não me deixam parar”, justifica o barbeiro, em meio a um mobiliário que dá a impressão de que o espaço parou no tempo.

Quem também lembra dos primeiros anos do Mercado Municipal é Osvaldo Cardoso, 91 anos, que, como seu Antônio, começou a vender alimentos no local em 1960. “Quando cheguei aqui, só tinha o Mercado Municipal, a linha do trem e pasto para gado leiteiro onde hoje é a Rodoferroviária”, recorda o feirante dono de uma banca de cereais. De acordo com ele, a idade avançada e os problemas na coluna, decorrentes dos vários anos carregando sacos de alimentos nos ombros, não o impedem de manter a mesma rotina há 57 anos. Atende a freguesia, ajuda a repor os produtos e faz controle do estoque.

“São décadas de história e de vidas que se entrelaçam neste tradicional estabelecimento, ligando frequentadores, permissionários e trabalhadores”, destaca o secretário municipal de Agricultura e Abastecimento, Luiz Gusi. Ele lembra que, em 59 anos de existência, o Mercado Municipal passou por reformas e ampliações. “Entre 2008 e 2011, por exemplo, o espaço ganhou o setor de orgânicos, referência nacional, uma área de eventos com anfiteatro, a nova entrada da Avenida Sete de Setembro, a ampliação da praça de alimentação e salas de manipulação de alimentos, as primeiras do mundo em um mercado”, enumera Gusi, que na época era diretor da Smab e foi responsável pelas obras.

O secretário destaca ainda que, assim como os demais estabelecimentos vinculados a Smab (feiras, sacolões e varejões), o Mercado Municipal passa periodicamente por monitoramentos da qualidade dos alimentos, que são realizados pela Gerência Técnica de Controle de Qualidade da Secretaria. Além disso, observa ele, o público que frequenta o espaço é permanentemente orientado sobre a importância da segurança alimentar, que envolve a valorização do alimento in natura, o consumo consciente e também a destinação correta de resíduos.

 

De hortifrutis a clássicos da culinária, espaço reúne 196 comerciantes

O Mercado Municipal ocupa uma área de 16,8 mil metros quadrados e reúne 196 comerciantes que vendem mais de 72 mil itens. Nas bancas e boxes, é possível adquirir hortifrutigranjeiros, bebidas, queijos e vinhos de diversas procedências, ervas medicinais, temperos e especiarias, iguarias, conservas, pescados, embutidos e carnes exóticas e com cortes especiais.

O local conta também com um pioneiro Setor de Orgânicos, com uma ampla oferta de produtos livres de agrotóxicos e aditivos químicos, como frutas, hortaliças, cereais, especiarias, carnes, roupas e até cosméticos, além de um restaurante, um café e uma lanchonete. Os frequentadores podem conferir ainda pratos de inúmeros restaurantes que são referências gastronômicas da capital.

Mario Shiguemitu Yamasaki, presidente Associação dos Comerciantes Estabelecidos no Mercado Municipal de Curitiba (Ascesme), reforça que as reformas feitas no espaço, em quase seis décadas, tiveram como objetivo melhorar ainda mais os serviços oferecidos para um público cada vez mais exigente. “O perfil do consumidor mudou. Hoje, há muitos jovens, sem falar nas gerações de famílias que continuam a procurar nossos serviços. Além disso, os clientes passaram a exigir mais qualidade nos produtos e no atendimento”, justifica Yamasaki.

O juiz de direito Rodrigo Dalledone, de 43 anos, conta que já se tornou um programa obrigatório para ele e o filho Bernardo, de 7 anos, fazer compras no Mercado Municipal. “Gosto das frutas, das verduras e dos pescados. Tudo é muito fresco e de qualidade”, frisa ele, que não pode esquecer das guloseimas favoritas de Bernardo.

Pelos corredores do local, é possível ouvir ainda diferentes sotaques e idiomas. “Quando venho a Curitiba, não posso deixar de vir aqui. Eu encontro frutas, vinhos e comidinhas que não vejo em outros lugares”, conta a professora de música Simone Rickei, de 44 anos, de São Bento do Sul (SC), que antes de voltar para o estado vizinho visitou o Mercado Municipal com a filha Nicole, de 12 anos.

Quem também já visitou outros estabelecimentos do gênero pelo mundo garante que o Mercado Municipal da capital não deve em nada em qualidade e variedade. “Morei três anos em Portugal e posso dizer que o nosso é tão bom ou melhor que o Mercado da Ribeira, em Lisboa, por exemplo”, observa a enfermeira Marli Regina Santos, 42 anos.

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