Sete vigas semi-invertidas idênticas e paralelas determinam a cobertura do edifício. Seção: oito por quarenta centímetros. Distanciamento: oitenta centímetros de eixo a eixo. Desenho: três segmentos retilíneos contínuos. O primeiro, horizontal, apresenta sete metros e cinco centímetros de extensão. O segundo, em aclive, apresenta três metros e sessenta centímetros a um ângulo de sessenta e três graus. E o terceiro, o principal, dezenove metros e quarenta centímetros em declive a um ângulo de dezesseis graus e meio: ângulo próximo ao declive natural do terreno.
O muro da divisa lateral do terreno funciona como a oitava viga, porém com um distanciamento diferente: oitenta e três centímetros e meio. O edifício surge, portanto, rente a ele. O declive do terreno faz com que a vista do edifício desde a rua seja apenas sua coberta inclinada. Os espaços entre vigas servem de nicho para crescer o jardim. Vê-se apenas jardins, arbustos e árvores.
O edifício desenvolve-se em três níveis, que determinam suas divisões funcionais. O nível intermediário, e pavimento principal do edifício, abriga todos os ambientes sociais e de serviços. O nível superior, dois metros e quarenta centímetros acima, é determinado pelo segmento horizontal das vigas de cobertura, e abriga o escritório. O segundo segmento das vigas, o mais inclinado, determinam seu pé direito. O nível inferior, em sequência com o nível principal, com um metro e sessenta centímetros de desnível, abriga os dois dormitórios e o banheiro.
A localização do escritório possibilita um pé direito de quatro metros e dez no ponto mais alto do salão de estar. Por sua vez, a viga inclinada maior que o abriga reduz o pé direito a uma altura de um metro e noventa centímetros no ponto mais baixo, na extremidade sudoeste do edifício, onde estão os dormitórios.
As lajes, de dez centímetros de espessura, são materializadas de tal modo que cinco centímetros da altura das vigas fiquem à vista no interior do edifício. As paredes que dividem e determinam os três níveis do edifício são inclinadas e formam um ângulo de oitenta graus com a laje de cobertura maior. Marcam as divisões principais da fachada.
O edifício apresenta uma única fachada, que representa sua elevação lateral, que dá ao jardim interior. Nela, os ambientes de serviço são marcados por uma parede rebocada e pintada externamente de branco, com estreitas janelas altas. Em contraste com essa opacidade, os ambientes sociais e íntimos são marcados por um desenho similar de esquadrias formadas por montantes verticais de madeira com espaçamentos variados, vergas também de madeira distribuídas em alturas variadas, e fechamentos de lâminas opacas de madeira, em conjunto com as portas, e sobretudo painéis de vidro.
O edifício é assim determinado por sua coberta e caracterizado por sua fachada única.
Arquitetos: Jaime Lerner
Localização: Rua Bom Jesus, 76 – Juveve, Curitiba – Parana, 80035-010, Brazil
Ano Do Projeto: 1966
Fotografias: Juliana Harumi Suzuki, Ricardo Perini, Felipe Guerra. Cortesia de Jaime Lerner Arquitetos Associados, Cortesia de Jaime Lerner Arquitetos Associados
Localização: Rua Bom Jesus, 76 – Juveve, Curitiba – Parana, 80035-010, Brazil
Ano Do Projeto: 1966
Fotografias: Juliana Harumi Suzuki, Ricardo Perini, Felipe Guerra. Cortesia de Jaime Lerner Arquitetos Associados, Cortesia de Jaime Lerner Arquitetos Associados