Cena ballroom é abordada no documentário “Salão de Baile”, no 13ª edição do Olhar de Cinema

Salão de Baile e Caminhos Cruzados são alguns dos longas que exaltam a cultura queer na 13ª edição do Festival Internacional de Curitiba, que ocorre de 12 a 20 de junho

Felipe Almeida
6 Min de leitura

Cred – Reprodução

De 12 a 20 de junho, a 13ª edição do Olhar de Cinema – Festival Internacional de Curitiba ocupará as salas do Cine Passeio e do Cinemark Mueller com mais de 80 longas e curtas-metragens de todo o mundo, dentre eles, alguns destacam-se com a temática queer, termo que celebra a diversidade e complexidade das experiências humanas relacionadas à identidade de gênero e orientação sexual.

Presente em diversas mostras do festival, é possível traçar paralelos entre  obras que lidam de diferentes maneiras com o tema, seja pela apresentação de personagens, cenários ou em suas abordagens cinematográficas, como nos filmes “Caminhos Cruzados” (Dir. Levan Akin | Suécia, Dinamarca, França | 2024 | 105’) e o curta “Mamántula” (Dir. Ion de Sosa | Espanha, Alemanha | 2023 | 45’), que integram a Mostra Competitiva Internacional;  “Se eu Tô Aqui é Por Mistério” (Dir. Clari Ribeiro | Brasil | 2024 | 21’), curta da Mostra Competitiva Brasileira; e “Salão de Baile” (Dir. Juru e Vitã | Brasil | 2024 | 92’), filme de encerramento da edição de 2024. É possível também encontrar retratos de personagens queer ou ainda maneiras queer de lidar com o cinema em filmes espalhados por toda a programação, como “Entre Vênus e Marte”(Dir. Cris Ventura | Brasil | 2022 | 61’), e “Jean Genet Agora” (Dir. Miguel Zeballos | Argentina | 2023 | 75’), da Mostra Novos Olhares; e “Eu Não Sou Tudo Aquilo Que Quero Ser” ( Dir Klára Tasovská | República Tcheca, Eslováquia, Áustria | 2024 | 90 ‘), da Mostra Competitiva Internacional.

Destaque para o filme “Salão de Baile”, que, pela primeira vez, aborda a cultura ballroom dentro do Olhar de Cinema. Dirigido por Juru e Vitã, o documentário nos conduz pelas houses fluminenses, que se apropriam de influências estrangeiras e de elementos reconhecidamente brasileiros para construir um universo que combina dança, música, moda e performance a partir das experiências queer periféricas e racializadas.

A cena ballroom, que ficou muito conhecida com o destaque dado a cultura por artistas como Madonna, Beyoncé e Ryan Murphy (“Pose”), foi criada por mulheres trans negras e latinas de Nova York nos anos 1970 como ambiente de lazer, experimentação artística e resistência contra a violência e a discriminação.

Outra produção de destaque é “Caminhos Cruzados”, do cineasta sueco Levan Akin, filme com distribuição da plataforma MUBI, em que vemos uma personagem queer essencial para a narrativa. Na trama, uma professora aposentada parte rumo a Istambul em busca de sua sobrinha, há muito tempo perdida. Com a ajuda do seu jovem vizinho e de uma advogada dedicada à luta por direitos de pessoas trans, eles tentarão encontrar a garota em meio às ruas da cidade.

Evolução queer nos cinemas

Se em um passado recente, o cinema marginalizava e estereotipava pessoas queeratualmente a indústria cinematográfica já começa a reconhecer e destacar a importância das tramas e personagens, mesmo ainda em uma sociedade não igualitária.

Neste ano, assim como em edições anteriores do Olhar de Cinema, a irreverência, as diferentes formas de ver e a disposição antinormalizadora da teoria queer será abordada nas telonas, com produções que navegam em diferentes vertentes da temática seja na forma de fazer cinema, pelos personagens ou como um cenário da comunidade.

“O Olhar de Cinema sempre teve espaço para obras com a temática LGBTQIAPN+. Na última edição, por exemplo, tivemos como filme de abertura o longa-metragem paranaense ‘Casa Izabel’, dirigido por Gil Baroni e roteiro de Luiz Bertazzo, e Anhell69, dirigido por Theo Montoya, que teve sua estreia brasileira no festival e foi premiado na edição”, comenta Gabriel Borges, curador de longas-metragens do Olhar de Cinema.

As exibições ocorrem no Cine Passeio, no Cinemark Mueller, na Ópera de Arame e também no Teatro da Vila, no CIC – Cidade Industrial de Curitiba. Os ingressos já estão disponíveis pelo site oficial com valores que vão de R$8 (meia-entrada) a R$16. Todas as sessões no Teatro da Vila são gratuitas. Além disso, de 18 de junho a 7 de julho, os curtas-metragens brasileiros que compõem o festival estarão disponíveis gratuitamente na plataforma de streaming Itaú Cultural Play para todo o Brasil.

Acompanhe a programação e as novidades pelo site www.olhardecinema.com.br e pelas redes sociais oficiais: Instagram @olhardecinema e Facebook.com.br/Olhardecinema. A 13ª edição do Olhar de Cinema – Festival Internacional de Curitiba é realizada por meio do programa de apoio e incentivo à cultura – Fundação Cultural de Curitiba e da Prefeitura Municipal de Curitiba, sendo também o projeto aprovado pela Secretaria de Estado da Cultura – Governo do Paraná, com recursos da Lei Paulo Gustavo, e pelo Ministério da Cultura – Governo Federal, com patrocínio do Itaú e Peróxidos do Brasil, apoio do Instituto de Oncologia do Paraná, Sanepar, Cimento Itambé, Favretto Mídia Exterior, e apoio cultural de Projeto Paradiso, Cine Passeio, Instituto Curitiba de Arte e Cultura. Verifique a classificação indicativa de cada filme e sessões com acessibilidade de audiodescrição.

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