A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que, por ano, a gripe cause comprometimento grave em 3,5 milhões de pessoas. Crianças, idosos, portadores de doenças pulmonares, pessoas com problemas cardíacos e de imunidade são os mais afetados. Com a chegada do outono – que teve início dia 20 de abril – a redução da umidade relativa do ar típica desta época, associada à também maior concentração de poluentes no ar, fazem com que as doenças respiratórias aumentem significativamente.
A maioria delas são infecciosas, causadas por vírus, e, em segundo lugar, por bactérias. As constantes e bruscas mudanças climáticas e o fato de que casacos e cobertores são retirados dos armários depois de muito tempo guardados também intensificam a ocorrência dos problemas respiratórios. Além de gripes, resfriados e pneumonia, rinite alérgica e sinusite são doenças comuns nesta época do ano.
De acordo com a infectologista do Hospital Vita, Dra. Marta Fragoso, a queda da obrigatoriedade do uso de máscaras em muitas cidades brasileiras promete fazer com que o número de casos de diversas doenças também aumente nos próximos meses. A maioria dos estados brasileiros já retirou a obrigatoriedade do uso em espaços abertos e fechados.
"A abolição das máscaras tende a aumentar a exposição das pessoas às partículas infectantes e ao ar com alta concentração de poluentes. Utilizada durante os momentos mais críticos da pandemia causada pela Covid-19, a máscara foi uma boa prática de prevenção de doenças respiratórias infecciosas no geral, e deveria ser mantida em algumas situações especiais”, defende.
O último boletim InfoGripe, da Fiocruz, sinaliza o crescimento das síndromes respiratórias em crianças. De acordo com o relatório, dados laboratoriais preliminares sugerem um possível aumento nos casos associados ao Vírus Sincicial Respiratório (VSR) na faixa etária de zero a quatro anos e interrupção de queda nos casos associados à Covid-19 na faixa de cinco a 11 anos.
As melhores formas de prevenção passam por uma hidratação adequada, higienização de mãos com álcool em gel, evitar aglomerações, ventilar os ambientes, manter a etiqueta nos momentos de tosse e espirro, manter as vacinas em dia, utilizar umidificadores de ambientes, garantir que os ambientes estejam limpos, livres de poeiras e ácaros e considerar a avaliação médica para o diagnóstico e tratamento adequados.