Na última terça-feira, 17 de setembro, o rapper e empresário Sean Diddy Combs, de 54 anos, foi preso em Nova York após uma investigação extensa que culminou em sérias acusações, incluindo tráfico sexual, associação criminosa e promoção da prostituição. Mais conhecido por seus diversos nomes artísticos, como Puffy, Puff Daddy e P. Diddy, ele é um dos nomes mais influentes da história do hip hop, acumulando três prêmios Grammy ao longo de sua carreira.
As investigações apontam que Diddy teria usado drogas e álcool para abusar sexualmente de várias vítimas. Segundo os promotores, ele também ameaçou e coagiu mulheres e outras pessoas ao seu redor para satisfazer seus desejos, ao mesmo tempo em que buscava proteger sua imagem pública e encobrir suas ações. Além disso, as residências do artista foram alvo de várias buscas por parte de agentes federais ao longo deste ano.
O promotor Damian Williams revelou detalhes chocantes sobre os abusos cometidos por Diddy, afirmando que ele teria forçado as vítimas a participar de encontros sexuais prolongados com garotos de programa, muitas vezes sob o efeito de drogas. Segundo as alegações, essas sessões eram registradas em vídeo, e, quando o rapper não conseguia o que desejava, ele recorria à violência, chutando e arrastando as vítimas, às vezes até pelos cabelos.
Esse caso ganhou ainda mais visibilidade em 2023, quando a cantora Cassandra Ventura, ex-namorada do artista, o acusou de submetê-la a mais de uma década de abusos físicos e emocionais. Ventura, conhecida como Cassie, também afirmou que foi estuprada por Diddy em 2018, e um vídeo de 2016, capturado por câmeras de segurança, mostrou o rapper agredindo a cantora e a puxando pelos cabelos para impedir que ela deixasse um quarto de hotel.
Embora o caso de violência doméstica tenha sido encerrado após um acordo fora dos tribunais, as denúncias contra Diddy não cessaram. Em dezembro de 2023, outra mulher se apresentou, alegando ter sido vítima de um estupro coletivo aos 17 anos, no qual o artista também teria participado.
Mesmo diante das acusações graves, Diddy se declarou inocente durante sua primeira aparição no tribunal. No entanto, o juiz Andrew Carter rejeitou a proposta de fiança de US$ 50 milhões (cerca de R$ 275 milhões), o que resultou na manutenção de sua prisão sem direito à liberdade provisória. Além disso, o empresário está sob vigilância especial por risco de suicídio enquanto aguarda sua próxima audiência, marcada para o dia 24 de setembro. Caso seja condenado, ele poderá enfrentar a prisão perpétua.
Sean John Combs nasceu em 4 de novembro de 1969, no Harlem, em Nova York, e se tornou uma das figuras mais proeminentes da música e dos negócios nos Estados Unidos. Ao longo de sua carreira, ele não só dominou as paradas musicais como rapper, com sucessos como I’ll Be Missing You e Bad Boy for Life, mas também se consolidou como empresário no setor da moda, com a criação da marca Sean John, e no ramo de bebidas alcoólicas, como co-proprietário da vodka Cîroc.
Diddy iniciou sua trajetória na música como estagiário na Uptown Records e rapidamente galgou posições, fundando sua própria gravadora, Bad Boy Records, em 1993. Foi nessa gravadora que ele ajudou a lançar a carreira de artistas lendários como The Notorious B.I.G., tornando-se uma força indiscutível na indústria do hip hop. Além disso, Diddy expandiu seu império para a produção de filmes e a abertura de uma rede de restaurantes, o que reforçou seu status de magnata do entretenimento.
Nos bastidores da fama, Diddy manteve uma relação de proximidade com grandes nomes da indústria, como Jay-Z e Beyoncé, com quem compartilhou respeito mútuo e colaborações ao longo dos anos. No entanto, os recentes desdobramentos judiciais lançam uma sombra sobre sua longa e próspera carreira.
Com o julgamento se aproximando, as revelações sobre os crimes atribuídos a Diddy prometem trazer ainda mais atenção para o caso, que já se tornou um dos mais comentados do momento. O desfecho das audiências poderá não apenas definir o futuro de um dos maiores nomes da música, mas também impactar toda a sua herança cultural no hip hop.