O deputado estadual Renato Freitas (PT) é alvo de duas representações protocoladas na Assembleia Legislativa do Paraná (Alep), que pedem a abertura de processo disciplinar e a cassação de seu mandato. Os pedidos foram feitos pelo deputado Tito Barichello (União Brasil) e pelo vereador de Curitiba, Guilherme Kilter (Novo), após a participação de Freitas em um protesto dentro de um supermercado no bairro Portão, em Curitiba, no dia 25 de junho.
De acordo com os documentos encaminhados à Alep, Freitas teria liderado uma manifestação que ocorreu após a morte de Rodrigo da Silva Boschen, de 22 anos, suspeito de furto e que foi agredido por seguranças e terceiros. Durante o ato, o parlamentar utilizou um megafone para discursar dentro da loja, dirigindo palavras ofensivas a funcionários e clientes. Em um dos registros em vídeo, Freitas também aparece retirando uma cesta de compras das mãos de uma cliente, o que foi classificado como atitude desrespeitosa por Barichello.
O deputado, que também atua como delegado, afirmou que a conduta do colega ultrapassou os limites da atuação parlamentar e configurou abuso de prerrogativas, além de violar normas do Código de Ética e Decoro da Assembleia. Para ele, a imunidade parlamentar não deve ser confundida com impunidade.
Já o vereador Guilherme Kilter também protocolou representação, elencando uma série de supostas infrações cometidas por Freitas, como incitação à desordem, perturbação do trabalho, injúria, violência contra a mulher e abuso de prerrogativas parlamentares. Kilter sustenta que os atos do deputado ferem o decoro parlamentar e requerem apuração por parte da Casa.
Além dele, o vereador Rodrigo Marcial (Novo) protocolou nesta quarta-feira (26) um requerimento à Mesa Diretora da Câmara Municipal de Curitiba solicitando o envio de ofício ao Ministério Público do Estado do Paraná (MP-PR). O objetivo é que o órgão promova a apuração da conduta do deputado estadual Renato Freitas, que pode configurar o crime de sabotagem, previsto no artigo 202 do Código Penal.
As representações agora seguem para análise do Conselho de Ética da Alep, que poderá decidir pela abertura de processo disciplinar. Caso avance, as sanções podem variar de advertência à cassação do mandato do deputado. O Ministério Público, por sua vez, deverá analisar se há indícios para instauração de inquérito ou outras medidas judiciais ou extrajudiciais cabíveis.






