O vigilante Marcos Wagner de Souza, principal suspeito no desaparecimento da adolescente Ísis Victória Miserski, prestou depoimento na última quinta-feira (14) na Cadeia Pública de Ponta Grossa, nos Campos Gerais do Paraná, onde está preso. Durante o interrogatório, ele afirmou que Ísis não queria seguir com a gravidez, divergindo da conclusão do inquérito da Polícia Civil, que apontou que o acusado não desejava a gestação.
De acordo com o relato de Marcos, ele e Ísis se conheceram durante uma festa no início deste ano, quando ele estava separado da esposa. O vigilante confirmou um encontro com a jovem em abril, no qual teria surgido a conversa sobre a gravidez. Segundo ele, Ísis não demonstrava interesse em levar a gestação adiante e teria solicitado medicamentos abortivos. Imagens de câmeras de segurança mostram o suspeito em uma farmácia comprando remédios que, conforme as investigações, eram destinados ao aborto.
No dia 6 de junho, data do desaparecimento de Ísis, o vigilante afirmou ter deixado a adolescente em uma estrada em Tibagi, nos Campos Gerais, e negou envolvimento no desaparecimento. Contudo, as investigações concluíram que Marcos agiu com intenção de ocultar o corpo e impedir a continuidade da gravidez.
A Polícia Civil indiciou o vigilante por homicídio qualificado, feminicídio, aborto sem consentimento e ocultação de cadáver. A família de Ísis, que ainda busca respostas, espera justiça pelo caso.