Cães e gatos podem contrair coronavírus?

XV Curitiba
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Nos últimos meses, o mundo todo passou a enfrentar a pandemia do novo coronavírus. Identificado inicialmente na China no final do ano passado, o vírus é um novo agente pertencente a família coronavírus, conhecida por infectologistas desde a década de 60,  e responsável por provocar infecções respiratórias e sintomas semelhantes aos de gripes e resfriados como tosse e febre. Em virtude  da origem da epidemia ter sido associada a um mercado público de comercialização de animais selvagens vivos em Wuhan, na China,  tutores de pets  tem se preocupado quanto a contaminação de animais de estimação.

A médica veterinária da Esalpet, Karla Bruning de Oliveira, esclarece que cães e gatos podem sim contrair o coronavírus, mas em suas configurações caninas e felinas, que não são transmitidas para os humanos. “A coronavirose é uma doença comum em cães e gatos. Nos cães, a forma mais registrada é a gastroentérica, transmitida por meio do contato com fezes contaminadas. Ela causa sintomas muito semelhantes ao da parvovirose, como vômito e diarreia com perda de sangue. O vírus destrói as vilosidades do intestino do animal e provoca gastroenterite hemorrágica”, explica. “Nos gatos, a coronavirose é causadora da peritonite infecciosa felina, uma doença grave também transmitida pelo contato com as fezes”, acrescenta.

Quanto a fatalidade da infecção por coronavírus nesses animais, a profissional destaca que a coronavirose felina não tem cura, e o tratamento consiste em melhorar a imunidade do gato com o intuito de diminuir a progressão da doença, mas a maioria dos tutores e veterinários acaba optando pela eutanásia. Já nos cães, a doença muitas vezes vem acompanhada de outros vírus, como o da parvovirose. Quando a infecção é mais branda, por um único vírus, o tratamento é mais eficaz, e o internamento com medicações adequadas tem diminuído significativamente o número de óbitos”, garante. Estar atento aos sintomas e procurar orientação veterinária aos primeiros sinais incomuns, também, é crucial para a saúde do animal. “Nos gatos, os sintomas podem variar dependendo da resposta imune do organismo, mas em grande parte dos casos é possível identificar, perda de apetite e peso, aumento gradual do abdômen, febre persistente, pelagem sem brilho, alteração neurológica como a queda da traseira, e algumas vezes infecções oculares, alteração de cor e irregularidade nas pupilas. Nos cães, o vírus coloniza o intestino, portanto os sintomas sempre são associados a esse órgão como diarreia aguda , vômitos, dor abdominal, dificuldade em defecar e desidratação”, ressalta.

Prevenção

Doenças virais sempre incluem protocolos de prevenção, e no caso da coronavirose felina existe uma vacina importada disponível, mas a sua proteção é controversa, e alguns gatos não respondem bem. “No Brasil, a vacina contra coronavirose felina não faz parte do quadro de vacinação,  portanto a melhor forma de prevenir é sempre manter o local onde o gato vive limpo e higienizado. O mesmo vale para os cães quanto a higiene, além disso, é fundamental manter as vacinas polivalentes em dia, respeitando os esquemas iniciais e anuais de vacinação”, destaca a médica veterinária Karla Bruning de Oliveira.

A profissional ainda lembra da importância dos tutores, também, manterem hábitos regulares de higiene. “Embora o agente do coronavírus que atinge os cães e gatos não sejam transmissíveis aos humanos, esta é uma família viral que sofre mutações constantes, por isso é fundamental higienizar as mãos, manter o ambiente sempre limpo e evitar o acúmulo de fezes de animais e casa”, completa a especialista.

 

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