Cabeleireira que escreveu “Perdeu, mané” em estátua pede perdão ao STF em carta pública

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Foto; Reprodução

A cabeleireira Débora Rodrigues Santos, de 39 anos, atualmente detida no Centro de Ressocialização Feminino de Rio Claro (SP), escreveu uma carta pedindo desculpas ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), por ter pichado a estátua da Justiça durante os atos golpistas de 8 de Janeiro de 2023. A carta, escrita em outubro de 2024, foi incluída no processo em novembro e teve seu conteúdo divulgado após Moraes tornar o processo público.

A frase pichada por Débora, “Perdeu, mané”, faz referência à declaração do ministro Luís Roberto Barroso em resposta a um apoiador do ex-presidente Jair Bolsonaro, durante uma viagem a Nova York em 2022. Segundo o processo, a pichação foi realizada na Praça dos Três Poderes, onde Débora teria permanecido durante os atos.

Débora foi identificada por imagens registradas no dia dos ataques e está presa preventivamente desde março de 2023, no âmbito da Operação Lesa Pátria. Ela responde por cinco crimes: abolição violenta do Estado democrático de Direito, tentativa de golpe de Estado, dano qualificado, deterioração de patrimônio tombado e associação criminosa armada. A pena solicitada para ela soma 14 anos de reclusão e cem dias-multa.

Durante o julgamento na Primeira Turma do STF, os ministros Alexandre de Moraes e Flávio Dino votaram pela condenação. No entanto, o julgamento foi suspenso após pedido de vista do ministro Luiz Fux, que terá até 90 dias para retomar a análise. Composto por cinco ministros, o colegiado precisa de mais um voto para formar maioria pela condenação.

A defesa da cabeleireira solicitou liberdade, alegando ausência de antecedentes criminais, estabilidade familiar, residência fixa e a vulnerabilidade dos dois filhos menores, de 6 e 11 anos. A Primeira Turma, no entanto, já havia negado anteriormente o pedido de prisão domiciliar, considerando a gravidade das acusações.

Débora afirmou às autoridades que sua participação nos atos não foi premeditada e que seu conhecimento político era limitado. Ela permanece detida, longe da família, que vive em Paulínia, no interior paulista.

 

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