Missionários do Jovens Com Uma Missão (JOCUM Brasil) estão presos na África do Sul em razão do fechamento de fronteiras como medida de contenção ao novo coronavírus. O grupo fez um apelo ao Itamaraty para que recebam ajuda e possam voltar em segurança para casa.
Jocum é uma organização missionária internacional dedicada a mobilizar e treinar cristãos de todas as nações para o evangelismo mundial. Cerca de 29 membros assinam a carta de repatriação, mas indicam a existência de cerca de 120 brasileiros enfrentando as mesmas dificuldades.
“Eu peço que o governo olhe para a gente. Estamos todos na mesma condição, sem dinheiro pra comer, pagar aluguel, se manter. Pedimos a mobilização de todos. Houve tantos gastos superfaturados com medidas de saúde nos estados e nós aqui somos brasileiros e queremos voltar para casa”, disse a líder do grupo, Rogelma Brasil, ao Relevante News.
Há 4 meses a Embaixada do Brasil na África do Sul realizou um voo de repatriação, porém sem conhecimento da operação ou devido outros compromissos muitos não conseguiram embarcar. Atualmente, a embaixada tem auferido assentos em vôos comerciais, mas os altos valores, entre R$ 6 mil a 15 mil por pessoa, tem impossibilitado o custeio.
O grupo sugere que governo federal realize um novo voo para resgate de pessoas na África do Sul, Angola e demais países da África Central e Meridional ou que subsidie os custos das passagens. O apelo chegou a Embaixada do Brasil na África do Sul e foi encaminhada ao Itamaraty e a Defensoria Pública da União, mas não há previsão para que a solicitação seja atendida. E, conforme relata Rogelma, frequentemente os vôos comerciais disponibilizados tem sido cancelados.
“Na verdade, são duas dificuldades: conseguir um vôo para sair do país e receber autorização do aeroporto de São Paulo para pouso, pois os terminais estão fechados também por causa da pandemia. E tudo indica que os voos só vão ser autorizados em janeiro, devido os prejuízos das companhias aéreas e os processos na justiça para reembolsos”, conta.
Outro fator preocupante se refere ao situação dos cidadãos brasileiros, que dado o vencimento do visto, se encontram como membros ilegais no país e ainda com o agravante de vencimento do seguro-saúde para viagens. Com isso há o risco dessas pessoas não poderem ser atendidas pelo sistema de saúde público local caso adoeçam.
O deputado Alencar Santana Braga (PT-SP), protocolou ontem (11), um requerimento solicitando ao ministro de Estado das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, informações sobre medidas de apoio aos brasileiros na África do Sul e na Angola que solicitaram a repatriação em decorrência da pandemia.
