O mundo da medicina e oncologia brasileira está de luto. Na tarde de ontem, o Hospital Erasto Gaertner (HEG), localizado em Curitiba, anunciou o falecimento do renomado médico cirurgião oncológico, Benedito Valdecir de Oliveira, aos 83 anos. Dr. Benedito, como era conhecido, não apenas dedicou sua vida ao combate ao câncer, mas também foi um dos pilares na fundação deste hospital, que hoje é um dos principais centros de tratamento de câncer no Paraná e no Brasil. A causa de sua morte foi apontada como natural pela instituição.
A trajetória de Benedito começou na cidade de Cambé, no Paraná. Após completar sua formação em Medicina na Universidade Federal do Paraná (UFPR) em 1968, ele se especializou em cancerologia e cirurgia de cabeça e pescoço. Sua paixão pela oncologia e dedicação aos pacientes o levaram a se tornar membro da Sociedade Brasileira de Cancerologia, uma posição que honrou ao longo de sua carreira.
Em um momento marcante de sua trajetória, no dia 8 de dezembro de 1972, após retornar de uma especialização em São Paulo, Benedito teve um papel crucial na inauguração do Hospital Erasto Gaertner. Ele, ao lado dos doutores Sérgio Hatscbach, Massakazu Kato e Marcos Montenegro, deram início a uma nova era no tratamento do câncer no estado. Sua jornada no HEG foi tão intensa que, entre 1973 e 1974, chegou a residir no próprio hospital, compartilhando um laço de amizade e dedicação com o colega Massakazu Kato nos quartos 109 da Ala A e 209 da Ala B.
Um dos momentos mais emblemáticos de sua carreira no Erasto Gaertner aconteceu em 16 de abril de 1973, quando liderou uma equipe na realização da primeira cirurgia da instituição. A operação, uma urgência para salvar a vida de uma paciente com câncer de colo de útero, desafiou as limitações tecnológicas da época e destacou o compromisso inabalável de Benedito com a medicina e, acima de tudo, com a vida humana.
A perda de Benedito Valdecir de Oliveira é sentida não apenas por seus colegas e amigos no Hospital Erasto Gaertner, mas por toda a comunidade médica e pelos inúmeros pacientes que tiveram suas vidas tocadas por sua expertise, compaixão e dedicação ao combate ao câncer. Seu legado, entretanto, permanece vivo nas paredes do HEG e na continuidade do trabalho incansável de seus sucessores na luta contra essa doença.