Não é apenas durante o Verão que os comerciantes litorâneos recebem milhares de turistas. Nas cidades do litoral do Paraná, as ruas costumam permanecer lotadas em todos os meses que antecedem a chegada do Inverno. Entretanto, com diversas praias interditadas ou com forte fiscalização do poder público, devido às medidas de segurança contra a COVID19, o trânsito de pessoas nessas regiões diminuiu bruscamente desde o início do mês de março.
A situação acendeu um sinal de alerta entre os comerciantes do litoral paranaense. A venda para turistas, que neste período costuma representar, em média, 80% do faturamento para o setor varejista e 45% para a prestação de serviços, caiu para menos de 10% durante a pandemia do novo coronavírus. O setor mais prejudicado está sendo o da hotelaria, com perda total de rendimentos, seguido pelo setor alimentício.
De acordo com Solange Aparecida de Souza e Silva, Presidente da Associação Comercial e Empresarial de Guaratuba (ACIG), vários comerciantes estão se reinventando com propostas diversificadas para atender a legislação vigente, mas isso não está sendo o suficiente para garantir a sobrevivência dos empreendimentos. “Os benefícios governamentais têm contribuído para manter os comércios abertos, mas não é o suficiente”, afirma. “Os mais prejudicados, como restaurantes, têm se reorganizado para o atendimento interno e redobrando os cuidados na produção. E o serviço de entrega, por exemplo, já está fazendo parte até mesmo do cotidiano do ramo de confecções”, complementa ela.
"Tivemos uma queda de mais de 64% no faturamento comparado ao mesmo período do ano passado. E como não sabemos como vão ser os próximos meses, estamos tendo que economizar com tudo”, diz Alessandro, Diretor de Marketing da Rede Bangalô dos Pastéis, uma das maiores redes de pastelaria do Brasil. A rede, que conta atualmente com três unidades no litoral do Paraná, nas cidades de Matinhos, Guaratuba e Paranaguá, já teve de reduzir a jornada de trabalho e o salário dos funcionários em 50%, optando por não demitir ninguém.
Alessandro conta que, para apoiar o franqueado e dar uma ajuda durante essa fase, a rede não está cobrando a taxa de marketing. Além disso, estão fornecendo incentivo financeiro para que todas as unidades consigam oferecer delivery gratuito. “Cada franquia tem feito suas próprias ações, como promoções, descontos, delivery grátis ou solidário, uso de influencers para fomentar as vendas”, conta. “Nossos parceiros têm suas necessidades específicas decorrentes da pandemia, e estamos trabalhando para que todos consigam passar por essa fase tão complicada”, completa ele.