Lojistas, proprietários e gestores de shopping centers de Curitiba, em reunião presencial e online na Associação Comercial do Paraná, discutiram nesta semana, alternativas para a urgente reabertura dos estabelecimentos diante da grave crise que afeta o setor, após mais de 50 dias de paralisação das atividades. Após o encontro foi elaborado um documento às autoridades com as reinvindicações do segmento.
“É urgente que sejam adotadas medidas para a reabertura dos shoppings de Curitiba, pois grande parte das lojas ali instaladas estão prestes a quebrar. São quase 20 mil empregos. Quando se discutem regras para a retomada dos negócios, é inaceitável que os shoppings sejam discriminados como se fossem os vilões da pandemia”, disse o presidente da ACP, Camilo Turmina.
Segundo Turmina, ações para o estabelecimento de barreira sanitária e viabilização dos negócios não são excludentes, uma vez que a própria reabertura do comércio no Paraná e em várias unidades da federação comprovou que não há riscos de explosão de contágio da Covid 19 desde que regras rigorosas de contenção sejam estabelecidas e obedecidas.
Os indicadores de pessoas contaminadas, população e leitos hospitalares (redes pública e privada) disponíveis permitem novos avanços na reativação da economia da cidade. Conforme destacou o proprietário do Shopping Novo Batel, Luiz Celso Branco, “é possível reabrir com segurança desde que se obedeçam às regras necessárias, com comprometimento de todos e responsabilidade. Os lojistas dos shoppings querem os mesmos direitos de outros setores que reabriram, como o comércio de rua. Os shoppings podem ter um ambiente altamente controlado, a exemplo de grandes supermercados e outros estabelecimentos abertos”, destacou ele.
Em consonância com as entidades representativas do setor de shopping centers, os participantes sugeriram o estabelecimento de uma série de normas para nortear a reabertura dos estabelecimentos.
Redução do horário de atendimento para o período entre 12h e 20h;
-instalação de cabines de desinfecção já disponíveis no mercado;
– medição de temperatura de todos os frequentadores;
-limitação da entrada de clientes dentro dos shoppings e das lojas de acordo com a área de cada unidade;
-obrigatoriedade e severa vigilância no uso de máscaras;
-orientação visual vertical e orientação sobre distanciamento entre as pessoas nos espaços comuns e no interior das lojas;
-protocolos rigorosos de higienização de máquinas e equipamentos disponíveis ao público;
-retiradas de bancos e sofás dos corredores;
-distribuição de pontos de higienização das mãos em vários pontos nas áreas comuns e interior das unidades comerciais;
-ampliação do espaçamento entre mesas nas praças de alimentação, conforme as regras sanitárias;
-disponibilização de equipamentos de proteção individual a todos os funcionários.
RENEGOCIAÇÃO
Os participantes também solicitaram à ACP que manifeste aos controladores de shopping centers a necessidade de flexibilização nos contratos e o estabelecimento de novas modalidades contratuais e de locação, enquanto perdurar a crise. Há consenso de que a relação lojas/shopping centers terá que obedecer a um novo formato comercial diante da enorme queda no faturamento, dos novos hábitos que advirão da pandemia da Covid 19 e dos elevados custos para manter os negócios nos centros comerciais.
Lojistas também sugerem, como medida emergencial, a remuneração do gestor do shopping sobre o faturamento, ou seja, um determinado percentual das vendas feitas pelo lojista seria repassado ao controlador da operação. Em outra proposta, o condomínio seria rateado por todos e com a participação do lojista na formatação das despesas.