Para o primeiro turno, o partido ainda insiste no registro da candidatura do petista e alega que ele pode concorrer e até ser eleito, mesmo preso e condenado em segunda instância, segundo a presidente da legenda. "Ele tem até sua diplomação para levantar sua inelegibilidade."
Gleisi reconheceu, no entanto, que Lula tem o risco de ser impedido pela Justiça Eleitoral de concorrer. "No primeiro turno, nós teremos candidato, será Lula. No segundo turno, ele vai vencer e queremos fazer uma composição. Se não for ele, nós vamos ver quem da esquerda foi para o segundo turno. Se lá na frente nada der certo, o presidente saberá encaminhar o processo junto com a direção do PT."
A dirigente afirma que a Lei da Ficha Limpa, que considera inelegível condenados em segunda instância, não impede que políticos concorram quando há possibilidade de reversão em seus processos judiciais. Gleisi deu o exemplo da eleição de Walter Tenan (MDB) como prefeito de Porecatu (PR), em 2008. O político foi eleito enquanto estava preso e assumiu posteriormente.
Os petistas destacaram que vão continuar em conversas com os partidos de esquerda, mas que o objetivo é discutir programas, e não alianças eleitorais. Haddad, que coordena o programa de governo de Lula, disse que o ex-presidente reafirmou que o plano precisa ser "ousado" e na linha do que ocorreu durante seus governos.
O ex-prefeito afastou a possibilidade de ser um "plano B" para o PT e falou que visitará os governadores do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), cujo partido lançou a pré-candidatura de Manuela d'Ávila, e de Pernambuco, Paulo Câmara (PSB) e da Paraíba, Ricardo Coutinho (PSB). Após a desistência de Joaquim Barbosa, o PSB ainda não definiu seu rumo nas eleições de outubro. "É do interesse dele (de Lula) de que os partidos progressistas que se opõem ao governo Temer, que essas forças progressistas, mantenham o diálogo, independente de ter candidato próprio", disse Haddad.