A Justiça do Paraná decretou a prisão preventiva do homem suspeito de manter a esposa em cárcere privado por pelo menos cinco anos. A decisão foi confirmada nesta terça-feira (18) pelo Tribunal de Justiça do Estado do Paraná (TJ-PR), após pedido do Ministério Público do Paraná (MP-PR).
O suspeito havia sido preso em flagrante na última sexta-feira (14), quando a vítima foi resgatada junto ao filho de quatro anos em uma residência na área rural de Itaperuçu. Ele foi detido pelos crimes de sequestro, cárcere privado, ameaça e causar dano emocional, no contexto de violência doméstica. No entanto, foi solto após audiência de custódia realizada no domingo (16), pois, na ocasião, o MP-PR entendeu que a medida protetiva vigente seria suficiente para garantir a segurança da vítima.
A mudança na posição do Ministério Público ocorreu na segunda-feira (17), quando um novo pedido de prisão preventiva foi feito à Justiça. Segundo a Promotoria, a solicitação foi baseada em novas informações, incluindo o temor da vítima e de seus familiares em relação ao suspeito.
O resgate da mulher aconteceu sete dias após ela enviar um pedido de socorro por e-mail à Casa da Mulher Brasileira de Curitiba. Sem acesso a celular e sob vigilância constante por câmeras de segurança, a vítima utilizou a conta de e-mail do próprio marido para denunciar a situação. A mensagem foi enviada no dia 7 de março e informava o local onde ela estava.
Além do e-mail, a mulher já havia tentado pedir ajuda por meio de um bilhete deixado em um posto de combustíveis na cidade. O nome que ela utilizou no papel coincidiu com o registrado no e-mail, fator que ajudou os investigadores a localizá-la.
Após investigações sigilosas, as autoridades confirmaram a denúncia e encontraram a vítima em uma casa na área rural de Itaperuçu. A mulher relatou que sofria agressões, era monitorada por câmeras e, em algumas ocasiões, chegou a ser amarrada para não sair da residência. Segundo o depoimento, familiares do suspeito tinham conhecimento da situação.