Após 16 anos, dois criminosos são condenados por homicídio de casal em festa neonazista na Grande Curitiba

Após quase 16 anos de tramitação judicial, o Tribunal do Júri de Campina Grande do Sul, na Região Metropolitana de Curitiba, concluiu no sábado (22) o julgamento de quatro acusados pelo homicídio de um casal durante uma festa neonazista em 2009. Dois dos réus foram condenados por participação direta no crime, motivado por disputas internas pelo controle de um grupo extremista.

O réu que recebeu a pena mais severa foi sentenciado a 35 anos, 2 meses e 15 dias de prisão em regime fechado. O outro condenado cumprirá pena de 32 anos, 3 meses e 15 dias. O Conselho de Sentença reconheceu qualificadoras como motivo torpe e uso de recurso que dificultou a defesa das vítimas. Um dos condenados iniciou o cumprimento imediato da pena, sem direito a recorrer em liberdade. Já o outro, que não compareceu ao julgamento, teve mandado de prisão expedido.

O julgamento começou na quinta-feira (20) e se estendeu até a madrugada de sábado. O Ministério Público do Paraná (MPPR) ainda avalia se recorrerá em relação aos dois acusados absolvidos.

O crime ocorreu na madrugada de 21 de abril de 2009, durante uma festa que celebrava o aniversário de nascimento de Adolf Hitler, realizada em uma chácara na zona rural de Campina Grande do Sul. Segundo a acusação, as vítimas — um casal de 21 e 24 anos — foram induzidas a deixar o local e acabaram emboscadas na BR-116, na altura de Quatro Barras. Encurralados por outro carro, foram assassinados com disparos de pistola por dois homens encapuzados.

A denúncia do MPPR aponta um total de seis envolvidos: cinco executores e um mandante, que será julgado separadamente em 22 de maio deste ano. Um dos executores morreu durante a tramitação do processo.

O caso enfrentou sucessivos adiamentos ao longo dos anos, incluindo prisões, remarcações de júris e outros entraves processuais. A conclusão do julgamento marca um avanço em um dos processos criminais mais longos e complexos da comarca.