A influenciadora digital Virgínia Fonseca chegou ao Senado Federal na manhã desta terça-feira (13), por volta das 10h40, para prestar depoimento à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das Apostas Esportivas, mais conhecida como CPI das Bets. Ela estava acompanhada do marido, o cantor Zé Felipe, e demonstrou disposição para colaborar com os senadores. Ao ser questionada por jornalistas, afirmou: “Bora pra cima”, indicando que pretende responder às perguntas da comissão.
Apesar do tom colaborativo, Virgínia tem o direito de permanecer em silêncio durante a oitiva, conforme decisão do ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Atendendo a um pedido da defesa, o magistrado concedeu um habeas corpus preventivo garantindo à influenciadora o direito de não se autoincriminar durante o depoimento.
A convocação de Virgínia foi sugerida pela relatora da CPI, senadora Soraya Thronicke (Podemos-MS), que destacou o papel da influenciadora em campanhas de divulgação de casas de apostas online. Com mais de 53 milhões de seguidores no Instagram, Virgínia foi apontada como uma das principais personalidades a promover esse tipo de serviço em suas redes sociais, o que gerou questionamentos sobre o alcance e o impacto dessas campanhas no público.
A CPI das Apostas investiga não apenas a influência das propagandas de jogos online no comportamento financeiro das famílias brasileiras, mas também possíveis ligações dessas plataformas com esquemas de lavagem de dinheiro e outras práticas criminosas. A ausência de uma regulamentação específica para a atuação de influenciadores nesse setor tem sido um dos pontos centrais do debate.
O depoimento de Virgínia Fonseca é um dos mais aguardados pela comissão, já que ela representa uma das maiores potências de engajamento nas redes sociais do país. A expectativa é que sua fala contribua para esclarecer como funcionam os contratos de publicidade com casas de apostas e qual o grau de responsabilidade atribuído aos influenciadores nesse contexto.
A presença da influenciadora na CPI reforça o peso que as redes sociais e o marketing digital têm nas investigações da comissão, que busca traçar um panorama amplo dos impactos sociais e econômicos do crescimento das apostas esportivas no Brasil.
