Desde que Alexandre Nardoni deixou a Penitenciária Doutor José Augusto César Salgado, em Tremembé, no interior de São Paulo, há duas semanas, sua vida tem sido marcada pela tentativa de passar despercebido. Condenado a 31 anos pela morte de sua filha, Isabela Nardoni, de 5 anos, em 2008, ele agora cumpre pena em regime aberto. Para evitar ser reconhecido e possivelmente hostilizado, Alexandre adota um disfarce composto por boné, óculos escuros e um carro com película 100% escura.
Atualmente, Alexandre só sai de casa para trabalhar na empreiteira de seu pai, Antônio Nardoni, de 71 anos. A empresa, localizada na rua Doutor César, em Santana, na zona norte da capital paulista, é onde ele supervisiona e acompanha obras, conforme exigido pela Justiça para manter o regime aberto. Ele mora em uma mansão da família na mesma região e continua casado com Ana Carolina Jatobá, madrasta de Isabella e condenada a 26 anos pelo mesmo crime.
O medo de ser hostilizado é constante na vida de Alexandre. Em 2010, durante o Tribunal do Júri no Fórum de Santana, ele e Ana Carolina quase foram linchados por uma multidão. Em abril de 2019, no reencontro do casal durante a primeira saída temporária de Alexandre da prisão, eles sofreram retaliações em um posto de gasolina, evento registrado pela TV Record.
Ao contrário de Alexandre, Ana Carolina não evita lugares públicos. Ela, que está em regime aberto desde 2023, já foi hostilizada em uma loja de material de construção, uma churrascaria e um shopping. Atualmente, ela também trabalha na empresa do sogro como auxiliar administrativa, mas tem planos de cursar faculdade e abrir um ateliê de costura.
Ana Carolina vive com os filhos do casal, hoje com 16 e 19 anos, em um apartamento dado pelo sogro. Embora não morem juntos, Alexandre e Ana Carolina afirmaram à Justiça que ainda mantêm o casamento e, em março, compareceram juntos a uma festa de casamento.
