O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou nesta quarta-feira (4) a prisão da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP), após solicitação da Procuradoria-Geral da República (PGR). A decisão ocorre após a parlamentar deixar o Brasil e admitir publicamente que se encontra no exterior, mesmo após ser condenada a 10 anos de prisão pela Primeira Turma do STF por crimes cibernéticos e falsidade ideológica.
Segundo a investigação, Zambelli contratou o hacker Walter Delgatti Neto para invadir sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e inserir documentos falsos, como mandados de prisão e alvarás de soltura. Delgatti também foi condenado, recebendo pena de 8 anos e 3 meses de reclusão.
A decisão de Moraes inclui o bloqueio de bens, veículos, redes sociais e passaporte da deputada, além da imposição de multa diária de R$ 50 mil em caso de postagens que reiterem as práticas investigadas. O magistrado determinou ainda a inclusão do nome de Zambelli na lista de procurados da Interpol.
Na terça-feira (3), a deputada declarou estar nos Estados Unidos e que se deslocaria para a Itália, país do qual possui cidadania. Ela afirmou que se submeterá a tratamento médico e que pretende se licenciar do mandato.
O ministro considerou a saída do país como uma tentativa de se esquivar do cumprimento da pena, apontando que Zambelli continua promovendo ataques ao Judiciário e disseminando informações falsas. Com a renúncia de seus advogados, a Defensoria Pública da União foi designada para representá-la judicialmente. A Câmara dos Deputados foi comunicada sobre a possibilidade de perda de mandato da parlamentar, o que poderá ser efetivado após o trânsito em julgado da condenação.







