Nesta segunda-feira (23), a Academia Brasileira de Cinema anunciou o longa-metragem Ainda Estou Aqui, dirigido por Walter Salles, como o filme brasileiro escolhido para disputar uma vaga no Oscar de Melhor Filme Internacional em 2025. Protagonizado por Fernanda Torres e Selton Mello, o filme retrata a memória de uma família durante o período da ditadura militar no Brasil, explorando a trajetória de Eunice Paiva, uma mulher que se torna o centro dessa emocionante narrativa.
A seleção do representante brasileiro é feita anualmente pela Academia Brasileira de Cinema e, após a escolha, o filme é enviado à Academia de Artes e Ciências Cinematográficas em Hollywood. No caminho até a cerimônia do Oscar, a produção ainda passará por uma série de avaliações, que culminam na divulgação de uma lista com os 10 finalistas, programada para ser anunciada em 17 de dezembro.
Bárbara Paz, presidente da Comissão de Seleção deste ano, destacou a relevância e a qualidade da obra. Segundo ela, a escolha de Ainda Estou Aqui foi unânime, evidenciando a força do filme no cenário nacional e internacional. “Este é um grande filme sobre memória, um retrato emocionante de uma família sob a ditadura militar. ‘Ainda Estou Aqui’ é uma obra-prima, sobre o olhar de uma mulher, Eunice Paiva, e com atuações sublimes das duas Fernandas. Esse é um momento histórico para nosso cinema”, comentou Bárbara. Ela também expressou otimismo sobre as chances de o Brasil voltar a ser destaque mundial com essa produção, reforçando o merecido reconhecimento da indústria audiovisual brasileira.
Além de Ainda Estou Aqui, outros filmes disputaram a vaga para representar o Brasil no Oscar. Entre os concorrentes estavam Cidade Campo (de Juliana Rojas), Levante (Lillah Halla), Motel Destino (Karim Aïnouz), Saudade Fez Morada Aqui Dentro (Haroldo Borges) e Sem Coração (Nara Normande e Tião). Apesar da forte competição, a obra de Salles se destacou por seu impacto emocional e narrativa densa.
Aclamado pela crítica no Festival Internacional de Veneza, que se encerrou em 7 de setembro, Ainda Estou Aqui recebeu calorosos 10 minutos de aplausos da plateia. Embora não tenha levado o prêmio de Melhor Filme, que ficou com The Room Next Door, de Pedro Almodóvar, o longa foi premiado como Melhor Roteiro, reforçando sua qualidade técnica e artística.
Se a produção de Walter Salles for selecionada entre os finalistas, marcará o retorno de um filme brasileiro à categoria de Melhor Filme Internacional no Oscar, algo que não ocorre desde 1999, quando Central do Brasil, também dirigido por Salles, foi indicado.