Neste domingo 31, o futebol perdeu uma de suas mais lendárias figuras: Amilton Joel Noffke, aos 83 anos, faleceu devido a problemas no fígado. Conhecido por seu olhar aguçado para o talento no esporte, Amilton deixou um legado inestimável, tendo descoberto jogadores que se tornaram ícones do futebol brasileiro e mundial. A notícia de seu falecimento foi confirmada na Unidade de Pronto Atendimento do bairro Fazendinha, em Curitiba, cidade que foi tanto o berço quanto o palco de sua marcante carreira.
Durante décadas, Amilton, ou Zagalão como era carinhosamente chamado no meio esportivo, atuou como técnico e olheiro, revelando talentos que brilhariam nos gramados nacionais e internacionais. Figuras como Maurílio, Amarildo, Serginho Cabeção, Marquinhos Benatto, além dos renomados técnicos Adilson Batista e Cuca, foram apenas alguns dos muitos atletas cujas carreiras foram impulsionadas por sua visão e dedicação.
Curiosamente, foi em um Opala verde que Amilton transportou um jovem Cuca, então com 18 anos, do Iguaçu do bairro Santa Felicidade para o Pinheiros, marcando o início de uma jornada notável para o futuro técnico. A história de como Adilson Batista, outro nome de peso, foi levado por Amilton de Adrianópolis até o Athletico, evidencia o compromisso do olheiro em buscar talentos em qualquer canto, moldando-os para conquistas que iriam além dos campos do Paraná, alcançando o cenário nacional e até vestindo a camisa da Seleção Brasileira.
Nascido em 7 de dezembro de 1940, em Curitiba, Amilton começou sua carreira como centroavante, mas foi nos bastidores, como técnico, que encontrou sua verdadeira vocação. A partir do início dos anos 70, dedicou-se a ensinar futebol a jovens no Educandário de Campo Comprido, movendo-se posteriormente para o Pinheiros e, em seguida, para o Athletico, onde continuou a descobrir e a desenvolver novos talentos.
Seu impacto não se limitou apenas ao futebol profissional. Amilton também teve uma presença significativa no futebol amador do Paraná, onde treinou equipes como Vila Fanny e Nova Orleans, e, mais recentemente, comandou o time juvenil do Santa Quitéria. Sua paixão pelo futebol e pelo desenvolvimento de jovens atletas foi uma constante em sua vida, reforçando seu status como uma figura inspiradora e respeitada no esporte.
A perda de Amilton Joel Noffke é profundamente sentida não apenas por sua família e amigos, mas por toda a comunidade futebolística, que hoje lamenta a partida de um verdadeiro arquiteto do talento no futebol. Seu legado, entretanto, permanece vivo nas carreiras daqueles que ele ajudou a moldar, nas memórias compartilhadas por todos que tiveram a sorte de conhecê-lo e no espírito incansável que sempre o caracterizou.