De olho no crescimento do mercado de cafés especiais a aceleradora Prumo, um dos braços do Grupo 3Corações, que tem quase 30% de participação no mercado nacional, acaba de firmar uma joint venture com a Café do Moço, empresa radicada em Curitiba, que em 2019 completa 10 anos de história. Com a aquisição de 50% da empresa, o novo plano de negócios envolvendo a Café do Moço detalha os próximos cinco anos da marca. O projeto começa com a inauguração de uma nova loja na capital paranaense e com o relançamento do e-commerce para atender todo o país.
Inicialmente, a aceleradora Prumo vai investir R$ 2,5 milhões na nova cafeteria da Café do Moço em Curitiba, que será inaugurada ainda em 2019, além de estruturar um galpão na Região Metropolitana da Grande Curitiba, onde ficará a parte de torrefação dos grãos e que vai propor cursos e eventos com diversas experiências sensoriais relacionadas aos cafés especiais. O galpão, em Pinhais, abrigará um torrador importado dos Estados Unidos, o Loring, que reduz em 70% a emissão de gás carbônico durante a torra, além das máquinas oficiais dos campeonatos mundiais de barismo para treinamento.
“Para a Café do Moço, essa parceria representa a realização de diversos sonhos e, principalmente, o início de uma nova história, que terá foco total na produção de cafés de altíssimo nível e em experiências de consumo inéditas no Brasil”, comenta Leo Moço, que divide o comando do Café do Moço com sua sócia e esposa, Estela Cotes. “Estamos passando por uma grande reformulação, que vai consolidar a Café do Moço como a grande referência do mercado nacional de cafés especiais. Queremos que cada vez mais brasileiros tenham acesso aos nossos produtos. Para isso, desenvolvemos um plano de negócios audacioso, que envolve várias frentes do mercado para atender o país todo”, detalha Estela Cotes.
Sprouting Process: lado a lado com o produtor
Uma das grandes apostas da parceria entre a Prumo e a Café do Moço será o investimento em cafés desenvolvidos a partir do inovador Sprouting Process – método de pós-colheita desenvolvido por Leo Moço, baseado nos estudos de um cientista alemão – que visa melhorar as características dos grãos de cafés nacionais. Mais da metade do café que será vendido nos próximos meses pela marca passaram pelo processo.
O método é realizado dentro de um tambor plástico com uma válvula para criar um ambiente anaeróbico. A presença de CO2 inibe o desenvolvimento de bactérias e fungos e faz com que as enzimas presentes na casca do café criem uma fermentação natural, promovendo muito mais aroma e sabor aos grãos. O processo, similar ao que desenvolve o malte da cerveja, dura entre 10 e 20 dias e pode ser implementado com grãos de café de todas as regiões do país.
“Durante o Sprouting Process, os grãos têm seu potencial de germinação prolongando, como se estivéssemos colhendo cafés prematuros e utilizando a bombona como incubadora no desenvolvimento de supergrãos”, comenta Leo Moço. Em 2019, o processo foi aplicado por produtores em todas as regiões do país. Com baixo investimento, o produtor consegue agregar muito qualidade ao café e a valorização na saca chega a mais de 200%.
Mercado promissor
Só em 2018, foram consumidas, em média, 800 xícaras de café por pessoa no Brasil. O número expressivo dá ao país a segunda posição no ranking mundial de consumo da bebida, atrás apenas dos Estados Unidos. Para empolgação do mercado nacional, tudo o que é bom pode melhorar. De acordo com a Associação Brasileira da Indústria de Café (Abic), até 2021 o Brasil deverá estar no topo do ranking, posição que já ocupa quando o assunto é produção e exportação.
Obviamente, com o aumento do consumo, aumenta também a exigência do público, transformando o mercado de cafés especiais em um dos mais promissores para os próximos anos no país. E é logico, uma das grandes referências do efervescente segmento no Brasil é o barista Leo Moço. Carioca radicado em Curitiba, o profissional fundou, em 2009, a marca Café do Moço, formada pela microtorrefação Café do Moço e pela cafeteria conceito Barista Coffee Bar, que se transformou em uma das marcas mais respeitadas e inovadoras do mercado nacional. Além do sucesso nos negócios, Leo Moço é tetracampeão brasileiro de barismo, representou o país em vários campeonatos mundiais e foi responsável pela adoção de diversas técnicas pioneiras no país, que contribuíram diretamente para a potencialização da produção no Brasil.
“Nossa missão é criar um ciclo sustentável em toda a cadeia deste universo tão rico e com muito a ser explorado”, comenta Léo Moço. Após uma década de história, a Café do Moço se diferencia por atuar em todo processo de desenvolvimento dos produtos. “Todo esse trabalho resulta em cafés exclusivos, bebidas peculiares e experiências incríveis para o consumidor”, completa o barista.