Na última sexta-feira (27), após um longo período em bandeira amarela, a Prefeitura de Curitiba decretou o retorno da cidade ao “alerta laranja”, medida que sinaliza risco médio de transmissão do novo coronavírus devido ao aumento no atendimento de casos da doença e ocupação de leitos na rede de saúde. Afim de amenizar a situação, novas medidas passaram a vigorar para diversos estabelecimentos comerciais, entre eles os bares e restaurantes da capital paranaense. O decreto 1600/2020, último emitido pela administração do munícipio, estabelece algumas normas importantes para o funcionamento de empreendimentos gastronômicos na cidade.
A determinação que mais afeta restaurantes e lanchonetes define que estabelecimentos desse gênero funcionem somente até as 22 horas, além da suspensão das atividades de bares. “Nós enxergamos essa deliberação como uma falta de respeito aos empreendedores do setor de alimentação fora do lar, acima de tudo os que querem seguir o decreto, e à própria população de Curitiba, punindo o empreendedor que trabalha seguindo todas as normas de segurança, empresários que geram empregos e precisam pagar hoje a parcela do décimo terceiro”, afirma Nelson Goulart, presidente da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes do Paraná (Abrasel – PR).
Para a entidade, as medidas penalizam somente estabelecimentos gastronômicos que operam dentro das normas já que não há fiscalização efetiva para os que não as cumprem. “O que se viu em todos os períodos de restrição de funcionamento para os restaurantes é um descumprimento dos decretos por parte de uma minoria. A fiscalização é falha quando não nula. Os restaurantes e lanchonetes que mantem o funcionamento nos horários proibidos, continuarão funcionando dessa forma pois sabem que não há punição pecuniária”, diz Nelson Goulart. “O que não pode acontecer é a maioria que segue todos os protocolos corretamente pagar pela minoria que quebra as regras”, acrescenta.
A Abrasel – PR ainda aponta outras atividades muito mais perigosas em relação a disseminação do vírus que podem ter ocasionado o aumento nos casos da capital paranaense. “Há várias semanas estamos trabalhando em horário normal dentro das normas, inclusive quando os casos estavam regredindo, sem representar um fator de aumento na transmissão. O que vimos de diferente nos últimos tempos e acreditamos que gerou muita aglomeração e certamente colaborou para o aumento de casos ativos, foram as eleições. Haviam muitas pessoas na rua, trabalhando em campanhas, circulando pela cidade e visitando vários locais diferentes”, afirma Nelson Gourlart. “Depois de meses de vai e vem nos decretos, acreditamos que é mais importante focar em formas de retomar e manter os espaços abertos com responsabilidade, considerando que é muito mais seguro as pessoas irem a um restaurante que segue as normas rigorosamente do que a um parque, shopping, supermercado ou até mesmo o transporte público, e permitindo que as pessoas escolham o horário, evitando as aglomerações equilibrando a saúde, economia e o bem estar da população”, completa o presidente da Abrasel – PR.