Fiona Harvey, uma mulher que alega ter sido a inspiração para a personagem Martha na série “Bebê Rena”, entrou com um processo contra a Netflix e o criador da série, Richard Gadd, nesta quinta-feira (6). Harvey está exigindo uma indenização de pelo menos US$ 170 milhões (equivalente a R$ 893,9 milhões), alegando difamação, violência emocional, negligência e violação de direitos.
A ação foi movida no Distrito Central da Califórnia, nos Estados Unidos. A defesa de Harvey argumenta que a série “Bebê Rena” é uma “mentira contada pela Netflix e por Richard Gadd por ganância e desejo de fama, projetada para atrair mais espectadores, obter mais atenção e ganhar mais dinheiro, destruindo cruelmente a vida de Fiona Harvey, uma mulher inocente”.
Na série, a personagem Martha, interpretada por Jessica Gunning, é retratada como uma mulher que persegue obsessivamente Donny, um aspirante a comediante vivido por Richard Gadd. A série alega ser baseada em eventos reais da vida de Gadd, incluindo o suposto stalking por Martha. No início do primeiro episódio, uma mensagem na tela afirma que a história é verdadeira, enquanto nos créditos finais, uma nota diz que alguns personagens, nomes, incidentes, locais e diálogos foram ficcionalizados para fins dramáticos.
Apesar dessas alegações, não há confirmação oficial de que Martha seja baseada em Fiona Harvey. Tanto a Netflix quanto Richard Gadd não comentaram oficialmente sobre a relação entre a personagem e Harvey.
Em uma entrevista à imprensa britânica em abril, Richard Gadd mencionou que sua equipe fez um grande esforço para disfarçar a verdadeira identidade de Martha, e ele não acreditava que a pessoa em questão se reconheceria na série.
Fiona Harvey, por sua vez, nega veementemente as acusações retratadas na série. Ela afirma que nunca agrediu Gadd, nunca foi condenada ou presa, e nega ter enviado uma quantidade massiva de e-mails e mensagens, conforme mostrado na série. “Isso é completamente falso e muito difamatório para mim”, disse Harvey. “Eu queria refutar isso completamente. Eu não sou uma perseguidora, não estive presa, não tenho liminares ou interdições. Isso é um completo absurdo.”
Harvey também nega as alegações de ter enviado 41 mil e-mails, 350 horas de mensagens de voz, 744 tweets, 48 mensagens no Facebook e 106 cartas. Em sua versão, ela admite ter trocado alguns e-mails, enviado uma carta por correio e escrito 18 mensagens na rede social X (anteriormente Twitter).
Fiona Harvey afirmou que não assistiu à série, pois acreditava que “ficaria doente” ao fazê-lo, mas percebeu as referências após ler reportagens na imprensa e ser contatada por jornalistas. Em um canal no YouTube, onde sua entrevista foi veiculada, o jornalista Morgan afirmou que tanto a Netflix quanto a produtora Clerkenwell Films foram contatadas para responder às alegações, mas não houve resposta.