Na tarde deste domingo (28), a Bercy Arena, em Paris, foi palco de uma performance inesquecível da ginasta brasileira Júlia Soares, que conquistou o público com uma coreografia singular que mesclava elementos de Raça Negra e Édith Piaf. A apresentação da jovem de 18 anos foi um dos grandes momentos das classificatórias de ginástica artística, onde ela garantiu sua vaga inédita na final da trave.
Natural de Curitiba e estreante em Olimpíadas, Júlia não apenas encantou com sua performance solo, mas também destacou-se por suas conquistas junto à seleção brasileira de ginástica artística, composta por Rebeca Andrade, Flávia Saraiva, Jade Barbosa e Lorrane Oliveira. A equipe brasileira se classificou em quarto lugar para a final por equipes, com uma pontuação total de 166.499, ficando atrás apenas dos Estados Unidos, Itália e China.
Rebeca Andrade, líder do time, brilhou ao garantir vagas em cinco finais individuais: individual geral, salto, trave, solo e a final por equipes. Já Flávia Saraiva também se destacou ao assegurar sua presença no individual geral. Júlia, a caçula da seleção, surpreendeu ao se classificar para a final da trave, demonstrando a força e a determinação das novas gerações de ginastas brasileiras.
A trajetória de Júlia até este momento é inspiradora. Crescida próxima ao município de Colombo, ela iniciou na ginástica aos quatro anos, inspirada pela irmã mais velha, Giovanna Soares. Desde cedo, Júlia se espelhava na ginasta Daniele Hypólito e, ao longo dos anos, consolidou-se como uma das promessas da ginástica brasileira, representando o país em competições internacionais desde as categorias juvenis.
Atualmente treinando no Centro de Excelência de Ginástica do Paraná (Cegin) e com apoio do Programa de Incentivo ao Esporte da Prefeitura de Curitiba, Júlia acumula importantes conquistas. Nos Campeonatos Pan-Americanos de Ginástica de 2021 e 2022, conquistou medalhas de ouro por equipes e um bronze na trave. Sua entrada de trave em vela com meia pirueta tornou-se um elemento nomeado em sua homenagem no Código de Pontuação da Federação Internacional de Ginástica (FIG), marcando sua contribuição técnica para o esporte.
Nos Jogos Sul-Americanos de 2022, realizados no Paraguai, Júlia subiu ao pódio tanto por equipes quanto no individual geral, além de alcançar as finais de trave e solo. Sua ascensão meteórica e dedicação ao esporte refletem-se em cada apresentação, inspirando novos talentos e enchendo de orgulho os torcedores brasileiros.
As provas da ginástica artística feminina retornam nesta terça-feira (30), com a final por equipes, onde Júlia Soares e suas companheiras de equipe esperam continuar escrevendo seus nomes na história dos Jogos de Paris 2024, em busca de mais medalhas e reconhecimento internacional.