Em um cenário de crescentes demandas trabalhistas, a fábrica da Renault em São José dos Pinhais, que emprega cerca de 5 mil pessoas, enfrenta um movimento grevista significativo após desentendimentos sobre a Participação nos Lucros e Resultados (PLR) e reajustes salariais. O Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Curitiba (SMC) relata que, embora a Renault tenha se comprometido a pagar a primeira parcela da PLR de R$ 18 mil até o dia 10 de maio, as negociações para a segunda parcela e o ajuste salarial ainda estão pendentes.
O presidente do SMC, Sérgio Butka, expressou a insatisfação dos trabalhadores, mencionando que a proposta da Renault foi rejeitada por não atender às expectativas de recuperação das perdas salariais anteriores. “Os trabalhadores estão se dedicando intensamente e a empresa precisa reconhecer isso com uma proposta que não apenas preveja o total da PLR, mas também um reajuste salarial que compense a inflação e traga um aumento real”, afirmou Butka.
A situação é agravada pela adesão dos trabalhadores da Horse, uma subsidiária operando no mesmo complexo, responsável pela produção de motores. Eles ecoam as demandas da Renault, exigindo melhores condições salariais e benefícios.
A Renault, por sua parte, expressou surpresa com a paralisação. Em uma nota oficial, a empresa afirmou estar aberta a negociações contínuas, mas destacou que a greve foi iniciada sem o cumprimento dos prazos legais para tal aviso. “A Renault do Brasil foi pega de surpresa com o anúncio da greve. Estávamos em diálogo ativo sobre o PPR e o Acordo Coletivo de Trabalho quando fomos informados da paralisação”, declarou a empresa.
Este impasse destaca as tensões entre a administração e a força de trabalho na indústria automotiva, especialmente em um momento onde a produção precisa ser intensificada para atender à demanda pelos modelos Kwid, Duster, Oroch, Master e Kardian, todos fabricados no local. A comunidade aguarda ansiosamente uma resolução que possa satisfazer tanto a gestão quanto os trabalhadores, mantendo a vitalidade econômica da região.