Em entrevista ao Tribuna a secretária de saúde de Curitiba, Marcia Huçulak relata como foi seu dia na última sexta-feira (12) quando a cidade decretou Lockdown de nove dias na esperança de frear a disseminação do vírus Covid-19 em Curitiba. “Foi dos piores dias minha vida, pessoal e profissionalmente”, resumiu a secretária.
Macia relatou que que recebeu ligações de dirigentes das mais variadas entidades da área da saúde pressionando por uma medida mais severa. “A minha equipe me dizia ‘vai explodir, vai explodir'”, admite a secretária de Saúde.
Questionada sobre o porquê a cidade chegou a um nível tão critico a secretária reconheceu que não esperava que Curitiba chegaste neste momento.
A doença agora é diferente. É um tsunami. Os números não subiram devagarzinho, como das outras vezes. Basta ver os óbitos: 34 na sexta, 31 no sábado. É uma avalanche de pessoas muito mal. E o perfil é diferente na gravidade. Esse paciente mais jovem permanece mais tempo em UTI, tanto pela melhora quanto pela piora, porque ele tem maior resistência. A nossa média de ocupação de UTI aumenta e isso demanda muito. Estava conversando com todos os prestadores no sentido de a gente não conseguir correr atrás e abrir leitos. Acabei de falar com o secretário de Estado da Saúde, Beto Preto, pedindo apoio e equipamentos, porque a gente não dá conta mais. As equipes estão exauridas, muito cansadas. Desabafou Marcia.